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UERJ 2021: História

54. (UERJ 2021) Parasita, filme do sul-coreano Bong Joon-ho estreou no Brasil em novembro de 2019 e foi ganhador do Oscar de 2020. Sucesso de bilheteria onde foi exibido, a trama se passa na Coreia do Sul, na atualidade, e aborda a relação entre duas famílias, os Kim, que são pobres e vivem num porão, e os Park, abastados e habitantes de uma mansão luxuosa. Os primeiros irão se “infiltrar” um a um na vida da família rica, empregando-se em diferentes funções de seu cotidiano. Parasita é uma história sobre o capitalismo, segundo declara o próprio diretor, tal qual são outros de seus filmes. É a distopia na qual vive a Coreia do Sul e o mundo. “Antes de ser um grande termo sociológico, o capitalismo é apenas a nossa vida”, diz Bong.

Adaptado de nexojornal.com.br, 16/11/2019

A partir da observação das imagens e da leitura do texto, pode-se apontar a seguinte contradição do desenvolvimento capitalista:

  1. relativização de liberdades democráticas
  2. separação de categorias profissionais
  3. espacialização das hierarquias sociais
  4. ascensão de classes populares

55. (UERJ 2021) Assembleia de Operários em greve na região do ABC

Em 13 de março de 1979, metalúrgicos de São Bernardo, Diadema, Santo André e São Caetano deflagram a primeira greve geral de uma categoria no país desde a paralisação de Contagem (MG), em 1968. A medida foi aprovada para obter um reajuste salarial de 78,1%.

Mesmo enfrentando forte repressão e a intervenção do governo nos sindicatos, a greve durou duas semanas. Foi suspensa por 45 dias para que fossem reabertas negociações com as empresas, que acabaram concedendo um reajuste de 63%.

Cerca de 200 mil operários participaram do movimento, que paralisou indústrias automobilísticas e de autopeças, além de outras grandes empresas da região. Os grevistas receberam apoio da igreja católica, de entidades de classe, do Movimento Democrático Brasileiro e de artistas famosos.

Na história do movimento sindical no Brasil, a greve dos metalúrgicos do ABC, em São Paulo, em 1979, representa um marco.

Sua importância, no contexto da época, esteve associada aos seguintes fatores:

  1. regularização da liberdade de associação e anistia das lideranças locais
  2. interrupção de setor produtivo estratégico e respaldo da sociedade civil
  3. garantia da estabilidade de emprego e flexibilização do corporativismo profissional
  4. fortalecimento do equilíbrio econômico nacional e modernização das relações capitalistas

56. (UERJ 2021)

Há 30 anos, a libertação de Nelson Mandela, na África do Sul, significou que o regime de apartheid “estava morto”, conforme a reportagem.

Na atualidade, a fotografia aérea de logradouros da cidade de Joanesburgo representa a seguinte herança desse regime:

  1. rigidez do planejamento urbano
  2. modernização do transporte público
  3. aprimoramento do manejo ambiental
  4. permanência da segregação espacial

57. (UERJ 2021) Cidade relembra cerco que a fez queimar livros de Paulo Freire Maria Eneide Araújo, de 63 anos, escondeu seus cadernos embaixo do colchão. Não queria perder a recordação da alfabetização, mas não teve jeito. Os boatos de que aquelas anotações poderiam levar seu pai e sua mãe presos, após o golpe militar de 1964, fizeram com que Eneide as entregasse, e todas foram queimadas. Em Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte, outras pessoas fizeram o mesmo naqueles meados dos anos 1960: quem não queimou enterrou cadernos e livros que os ligassem às aulas dos monitores orientados por Paulo Freire.

A cidade potiguar recebeu em 1963 o primeiro experimento do método criado pelo educador para alfabetização de adultos, e o objetivo era ambicioso: ensinar 300 pessoas a ler em 40 horas de aulas, em projeto que ficou conhecido como as 40 horas de Angicos. Passados 57 anos, Freire e seu método baseado no uso de palavras e vivências do cotidiano dos alunos são hoje o principal alvo da política educacional do governo federal.

Marcel Rizzo Adaptado de Folha de São Paulo, 04/02/2020.

O episódio relatado na reportagem, assim como a prisão e o exílio do pesquisador Paulo Freire, estiveram associados às ações repressoras instituídas logo após a deposição do presidente João Goulart, em 1964.

Naquela conjuntura política, os novos governantes justificaram ações dessa natureza alegando a necessidade de evitar um contexto de:

  1. democratização da prática pedagógica
  2. ideologização da cultura popular
  3. subversão de propostas liberais
  4. propagação de ideais comunistas

58. (UERJ 2021)

O tráfico de escravos africanos, maior movimento de migração forçada documentado pela história, forneceu a mão de obra que impulsionou o desenvolvimento econômico das Américas nos primeiros séculos de colonização europeia e moldou a composição genética das populações de norte a sul do continente. De 1514 a 1866, quando ocorreram, respectivamente, a primeira e a última das quase 35 mil viagens registradas de navios negreiros, cerca de 12,5 milhões de pessoas de diferentes regiões da África foram trazidas contra a vontade para o Novo Mundo. A maioria – quase 7,6 milhões, ou 61% do total – veio em um intervalo de tempo curto, entre 1750 e 1850. Esse período de maior tráfico transatlântico de escravos coincidiu com o aumento da miscigenação nas Américas, identificada em um estudo publicado em uma revista científica renomada. Segundo o geneticista Eduardo Tarazona Santos, “o número de pessoas deslocadas nessa diáspora forçada foi tão grande que trouxe para as Américas representantes de toda a diversidade genética da África”. Ricardo Zorzetto

Adaptado de revistapesquisa.fapesp.br, 03/03/2020.

Ao investigar a diversidade das populações africanas e seus vínculos com a miscigenação das populações afro-americanas, a pesquisa mencionada contribui para a crítica do racismo por valorizar o seguinte aspecto:

  1. hierarquização das heranças de matriz étnica
  2. descrição das práticas de orientação eugênica
  3. redefinição das dinâmicas de mobilidade geográfica
  4. caracterização das relações de ancestralidade biológica

59. (UERJ 2021) E, bem pensado, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria?

Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por uma ideia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma deusa cujo império se esvaía? Não sabia que essa ideia nascera da amplificação da crendice dos povos greco-romanos de que os ancestrais mortos continuariam a viver como sombras e era preciso alimentá-las para que eles não perseguissem os descendentes? (...) Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?

Uma hora, para o francês, o Franco-Condado era terra dos seus avós, outra não era; num dado momento, a Alsácia não era, depois era e afinal não vinha a ser. Nós mesmos [brasileiros] não tivemos a Cisplatina e não a perdemos? (...) Certamente era uma noção sem consistência racional e precisava ser revista.

Lima Barreto

Triste Fim de Policarpo Quaresma, parte III, capítulo V.

No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto abordou contradições da sociedade brasileira do início do período republicano.

Nesse contexto, na reflexão que faz no trecho citado, o personagem Major Quaresma ressalta um entendimento em que a noção de pátria pode ser definida atualmente como:

  1. herança cultural
  2. comunidade imaginada
  3. contingência geográfica
  4. determinação econômica

60. (UERJ 2021)

Os textos acima fazem parte de uma edição de 2000 da publicação “O grito dos meninos e meninas de rua”. Essa publicação foi uma das ações que integrou o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, criado em 1985, cuja mobilização teve papel fundamental para a aprovação, em 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelo Congresso Nacional.

Ao comparar o conteúdo dos textos e a situação socioeconômica atual, identifica-se que o principal aspecto que compromete a aplicação do ECA é:

  1. disparidade de renda familiar
  2. estagnação de oferta laboral
  3. interrupção de reformas urbanas
  4. analfabetismo de populações rurais

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