Albert Einstein 2024-1: História
16. (Albert Einstein 2024) A ocupação das Américas pelo Homo sapiens pode ter mais do que o dobro de tempo do sustentado pelas teorias tradicionais. Segundo dois artigos publicados em 22 de julho de 2020 na revista científica Nature, um deles com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), populações humanas estavam presentes na América do Norte por volta de 33 mil anos atrás, ainda antes do início do Último Máximo Glacial (UMG). Esse período, entre 26,5 mil e 19 mil anos atrás, representa o intervalo de tempo, durante a mais recente glaciação, em que as geleiras atingiram sua maior extensão no globo terrestre. Embora cada vez mais questionada ao longo das últimas décadas, a tese historicamente dominante na arqueologia norte-americana defende que a primeira cultura estabelecida no continente teria sido a de Clóvis, preservada em sítios de cerca de 13 mil anos, ricos em pontas de lança bifaciais, situados no estado norte-americano do Novo México.
(Marcos Pivetta. “O homem moderno entrou nas Américas mais de 30 mil anos atrás.” In: Pesquisa Fapesp, 20.08.2020, https://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado.)
Segundo o artigo, a datação da ocupação humana das Américas
- iniciou-se pelo norte, com a chegada ao continente do chamado povo de Clóvis.
- é hoje objeto de debate, à luz de teorias baseadas em novas evidências materiais.
- começou com a vinda de africanos pelo mar, durante o período glacial.
- é incompreensível, dada a inexistência de indícios materiais da presença humana.
- deu-se a partir de povos autóctones, sem relação com grupos de outros continentes.
17. (Albert Einstein 2024) Não é certo que a forma particular assumida entre nós pelo latifúndio agrário fosse uma espécie de manipulação original, fruto da vontade criadora um pouco arbitrária dos colonos portugueses. Surgiu, em grande parte, [...] ao sabor das conveniências da produção e do mercado. [...] Foi a circunstância de não se achar a Europa industrializada ao tempo dos descobrimentos, de modo que produzia gêneros agrícolas em quantidade suficiente para seu próprio consumo, só carecendo efetivamente de produtos naturais dos climas quentes, que tornou possível e fomentou a expansão desse sistema agrário.
É instrutivo, a propósito, o fato de o mesmo sistema, nas colônias inglesas da América do Norte, ter podido florescer apenas em regiões apropriadas às lavouras do tabaco, do arroz e do algodão.
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 2006.)
Segundo o excerto, a produção agrária em grandes propriedades predominou na colonização do Brasil porque
- a monarquia portuguesa privilegiou a exploração do território, ao contrário do que aconteceu em todas as colônias britânicas.
- os colonizadores portugueses conheciam apenas o trabalho rural, ao contrário dos ingleses, que dominavam técnicas industriais.
- as terras e o clima da América portuguesa impediam o desenvolvimento de atividades industriais e comerciais.
- os órgãos internacionais de regulação do comércio determinavam as atividades econômicas que cada colônia devia realizar.
- o contexto histórico e as necessidades dos mercados europeus condicionaram o estabelecimento da empresa colonial portuguesa.
18. (Albert Einstein 2024) A Independência [...] concebeu a ideia de Império e preservou os interesses enraizados em torno do Paço do Rio de Janeiro. Também incluiu a criação de um Estado que centralizava a América portuguesa e conseguiu impedir a fragmentação do território, sobretudo em comparação com a experiência da América espanhola – trouxe ao Império a adesão das províncias, ainda que com o uso da força. Vitoriosa, a Independência manteve a escravidão e determinou a especificidade política do Estado que se formou no Brasil e de seu sistema de governo definido por uma monarquia constitucional representativa.
(Heloisa M. Starling e Antonia Pellegrino (orgs.).
Independência do Brasil: as mulheres estavam lá, 2022.) Ao tratar da Independência do Brasil, o excerto destaca
- a influência econômica europeia, definida pela dependência em relação ao mercado britânico.
- o caráter negociado de um processo pacífico, distinto do que ocorreu na América espanhola.
- o prevalecimento do modelo monárquico absolutista, herdado da antiga metrópole portuguesa.
- a construção da unidade política nacional, obtida por meio de estratégias político-militares.
- a realização de um conjunto de reformas sociais, extinguindo as formas compulsórias de trabalho.
19. (Albert Einstein 2024) Analise duas gravuras produzidas por Andy Warhol: “Latas de sopa Campbell”, de 1962, e “Mao”, de 1972-1974.
A comparação entre as duas obras permite identificar a proposta artística de
- propagar a ideia de que apenas o comunismo consegue combater a fome na sociedade contemporânea.
- corromper a pureza da arte por meio da adesão a valores comerciais e a projetos totalitários de esquerda.
- oferecer uma visão negativa de um produto alimentício e da figura do líder comunista Mao Tsé-Tung.
- disseminar o ideário comunista como estratégia de combate à hegemonia do capitalismo liberal.
- relacionar a figura do líder comunista Mao Tsé-Tung à dinâmica do mercado de consumo.
20. (Albert Einstein 2024) Analise a charge de Ziraldo. Publicada durante o governo de João Figueiredo (1979-1985), ela retrata o então presidente à esquerda e um jornalista à direita.
A charge ironiza
- o clima de incerteza econômica e política por que o país passava no último governo do regime militar.
- a contradição entre o esforço de redemocratização e a continuidade da censura prévia à atuação da imprensa.
- a atitude despreocupada do presidente no momento em que o país estava imerso na miséria e guerra civil.
- a dificuldade de a imprensa compreender os problemas políticos e econômicos que o país enfrentava após o golpe militar.
- a rapidez do processo de redemocratização nacional durante o primeiro governo eleito por via direta após o regime militar.