Albert Einstein 2024-1: Linguagens
01. (Albert Einstein 2024) Examine a tirinha da cartunista Laerte. (Laerte. Lola, a andorinha, 2013.)
Na construção de sua tirinha, Laerte mobiliza fundamentalmente os seguintes recursos expressivos:
- metalinguagem e eufemismo.
- ambiguidade e pleonasmo.
- ambiguidade e eufemismo.
- intertextualidade e metalinguagem.
- intertextualidade e pleonasmo.
Para responder às questões de 02 a 04, leia um trecho do livro A queda do céu: palavras de uma xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert.
Hoje, os brancos acham que deveríamos imitá-los em tudo. Mas não é o que queremos. Eu aprendi a conhecer seus costumes desde a minha infância e falo um pouco a sua língua. Mas não quero de modo algum ser um deles. A meu ver, só poderemos nos tornar brancos no dia em que eles mesmos se transformarem em Yanomami. Sei também que se formos viver em suas cidades, seremos infelizes. Então, eles acabarão com a floresta e nunca mais deixarão nenhum lugar onde possamos viver longe deles. Não poderemos mais caçar, nem plantar nada. Nossos filhos vão passar fome. Quando penso em tudo isso, fico tomado de tristeza e de raiva.
Os brancos se dizem inteligentes. Não o somos menos. Nossos pensamentos se expandem em todas as direções e nossas palavras são antigas e muitas. Elas vêm de nossos antepassados. Porém, não precisamos, como os brancos, de peles de imagens para impedi-las de fugir da nossa mente. Não temos de desenhá-las, como eles fazem com as suas. Nem por isso elas irão desaparecer, pois ficam gravadas dentro de nós. Por isso nossa memória é longa e forte. O mesmo ocorre com as palavras dos espíritos xapiri, que também são muito antigas. Mas voltam a ser novas sempre que eles vêm de novo dançar para um jovem xamã, e assim tem sido há muito tempo, sem fim. (Davi Kopenawa e Bruce Albert. A queda do céu, 2015.)
02. (Albert Einstein 2024) No primeiro parágrafo, em contraposição às tentativas de imposição cultural dos brancos, Davi Kopenawa defende uma ideia de reciprocidade. Tal ideia está explicitada no seguinte trecho:
- “A meu ver, só poderemos nos tornar brancos no dia em que eles mesmos se transformarem em Yanomami.”
- “Hoje, os brancos acham que deveríamos imitá-los em tudo. Mas não é o que queremos.”
- “Eu aprendi a conhecer seus costumes desde a minha infância e falo um pouco a sua língua. Mas não quero de modo algum ser um deles.”
- “Então, eles acabarão com a floresta e nunca mais deixarão nenhum lugar onde possamos viver longe deles.”
- “Não poderemos mais caçar, nem plantar nada. Nossos filhos vão passar fome.”
03. (Albert Einstein 2024) No segundo parágrafo, Davi Kopenawa contrapõe
- a escrita yanomami à oralidade dos brancos.
- a oralidade yanomami à oralidade dos brancos.
- a escrita yanomami à escrita dos brancos.
- a escrita yanomami à oralidade yanomami.
- a oralidade yanomami à escrita dos brancos.
04. (Albert Einstein 2024) Verifica-se o emprego de palavra formada com prefixo que exprime ideia de negação em:
- “não precisamos, como os brancos, de peles de imagens” (2º parágrafo).
- “eles mesmos se transformarem em Yanomami” (1º parágrafo).
- “Nem por isso elas irão desaparecer” (2º parágrafo).
- “Elas vêm de nossos antepassados” (2º parágrafo).
- “Mas não quero de modo algum ser um deles” (1º parágrafo).
05. (Albert Einstein 2024) Examine a tirinha publicada pelo perfil “Safely Endangered Comics” no Instagram em 07.07.2023.
A tirinha permite caracterizar Derek como
- confuso.
- dissimulado.
- subserviente.
- distraído.
- compassivo.
Para responder às questões de 06 a 09, leia a crônica “A decadência do Ocidente”, de Luis Fernando Verissimo.
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para alegria de toda a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha viva de perto. Já tinha até um nome para ela — Margarete — e planos para adotá-la, quando ouviu do pai que a galinha seria, obviamente, comida.
— Comida?!
— Sim, senhor.
— Mas se come ela?
— Ué. Você está cansado de comer galinha.
— Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?
— Claro.
Na verdade o guri gostava muito de peito, de coxa e de asa, mas nunca tinha ligado as partes ao animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do apartamento.
O doutor disse que queria a galinha ao molho pardo. Há anos que não comia uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava galinha ao molho pardo? A mulher foi consultar a empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.
— A empregada não sabe fazer?
— Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse que precisava cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha. Era o cúmulo. Então a mulher que cortasse o pescoço da galinha.
— Eu?! Não mesmo!
O doutor lembrou-se de uma velha empregada da sua mãe. A Dona Noca. Não só cortava pescoços de galinhas, como fazia isto com uma certa alegria assassina. A solução era a Dona Noca.
— A Dona Noca já morreu — disse a mulher.
— O quê?!
— Há dez anos.
— Não é possível! A última galinha ao molho pardo que eu comi foi feita por ela.
— Então faz mais de dez anos que você não come galinha ao molho pardo. Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas inomináveis com gatos.
— Somos uma civilização de frouxos! — sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e repetiu:
— Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida! E a Margarete só olhando.
(Luis Fernando Verissimo. A mãe do Freud, 1997.)
06. (Albert Einstein 2024) A voz do personagem mescla-se intimamente à voz do narrador, configurando o chamado discurso indireto livre, no seguinte trecho:
- “— Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?” (6º parágrafo).
- “Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo. / — A empregada não sabe fazer?” (9º /10º parágrafos).
- “— Somos uma civilização de frouxos! — sentenciou o doutor.” (21º parágrafo).
- “Foi para o poço do edifício e repetiu: / — Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!” (22º /23º parágrafos).
- “Há anos que não comia uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava galinha ao molho pardo?” (9º parágrafo).
07. (Albert Einstein 2024) No período composto “Não só cortava pescoços de galinhas, como fazia isto com uma certa alegria assassina.” (14º parágrafo), há duas orações conectadas por uma relação de
- adição.
- condição.
- tempo.
- proporção.
- comparação.
08. (Albert Einstein 2024) Ao se transpor a oração “Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos.” (20º parágrafo) para a voz passiva sintética, a forma verbal resultante será:
- Fariam.
- Fez-se.
- Fizeram-se.
- Tinham feito.
- Far-se-ia.
09. (Albert Einstein 2024) O termo sublinhado em “— Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?” (6º parágrafo) pertence à mesma classe gramatical daquele sublinhado em:
- “Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha.” (20º parágrafo).
- “O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para alegria de toda a família.” (1º parágrafo).
- “Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha.” (20º parágrafo).
- “Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.” (9º parágrafo).
- “O doutor disse que queria a galinha ao molho pardo.” (9º parágrafo).
10. (Albert Einstein 2024) Pode-se dizer que até hoje a maior parte das noções sobre arte, seus limites e suas tarefas, foi definida por este movimento: nós pensamos, como seus autores, que a arte deve ter relação direta com a vida real; que o indivíduo é realmente a medida das coisas; que o artista é um sujeito que sofre mais que nós e expressa sua experiência de modo exemplar, cumprindo assim uma espécie de missão; que a arte deve sempre se renovar. (Luís Augusto Fischer. Literatura brasileira: modos de usar, 2013. Adaptado.) O texto trata do movimento
- barroco.
- árcade.
- realista.
- simbolista.
- romântico.