FAMERP 2023: História

21. (FAMERP 2023) Roma, surgida de uma união de povos, sabia conviver com as diferenças e adotava, por vezes, uma engenhosa tática para evitar a oposição e cooptar possíveis inimigos: incluir membros das elites dos povos aliados na órbita romana, com a concessão de direitos totais ou parciais de cidadania. Assim, havia povos que se aliavam aos romanos e seus governantes tornavam-se seus amigos, enquanto outros lutavam e, ao perderem, eram submetidos ao jugo romano.

(Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.)

A estratégia romana de absorção dos povos conquistados manifestava-se também

1. no poderio militar, que só foi derrotado pelos exércitos espartanos no período da República romana.
2. na instauração das cidades-estados, que assegurou a obediência dos povos conquistados e incorporados pelos romanos.
3. na imposição de uma língua única, que era ensinada às crianças nas escolas das áreas dominadas e nos territórios dos reinos aliados.
4. no estabelecimento de um corpo jurídico unificado, que impedia o acesso dos povos dominados à justiça e aos cargos públicos.
5. na flexibilidade religiosa, que permitiu aos romanos dominar povos tão variados e espalhados por vasta área geográfica.

Leia o excerto para responder às questões 22 e 23.

O início da colonização, após 1530, não criou a unidade, e foram várias as frentes colonizadoras que se abriram, mais ou menos independentes, quase sempre autocontidas, isoladas, comunicando-se mais facilmente com a Corte [portuguesa] — como é o caso das terras ao norte — do que umas com as outras. Se as capitanias hereditárias, cedidas pela Coroa a particulares, foram o início da vida na terra, a expressão dessa configuração espacial fragmentada e isolada persistiu por vários séculos, sendo uma das feições dominantes do território brasileiro até praticamente o século XX.

(Laura de Mello e Souza. “O nome Brasil”. In: Luciano Figueiredo (org.).

História do Brasil para ocupados, 2013. Adaptado.)

22. (FAMERP 2023) Segundo o excerto, a colonização na América portuguesa

1. reproduziu o modelo de colonização da América espanhola, que primou pelo respeito à autonomia das diversas áreas coloniais.
2. conectou a economia colonial diretamente ao mercado mundial, que regrava as relações entre as potências colonizadoras europeias.
3. gerou uma organização interna dispersa e difusa, que se manteve mesmo depois da conquista da independência.
4. foi realizada por empreendedores particulares, que eram dispensados de obedecer ou prestar contas à Coroa.
5. investiu na comunicação entre as regiões coloniais, que se aproveitaram desse recurso para lutar juntas pela independência.

23. (FAMERP 2023) O sistema de capitanias hereditárias, implantado na década de 1530 na colonização da América portuguesa,

1. gerou contrastes entre áreas de forte exploração econômica e áreas de povoamento.
2. determinou o avanço da ocupação e da exploração para o interior da possessão colonial.
3. eliminou a interferência política e econômica da metrópole sobre a colonização.
4. assegurou a uniformidade administrativa e exploratória da totalidade do território colonial.
5. facilitou a invasão e a ocupação de regiões da colônia por países vizinhos na América.

24. (FAMERP 2023) Observe os dois gráficos, que indicam a quantidade de africanos que entraram no território brasileiro, respectivamente, nos períodos de 1798-1821 e 1822-1831.

Os gráficos indicam que houve, em relação à entrada de africanos no território brasileiro,

1. forte declínio durante o período em que a Corte portuguesa esteve no Brasil.
2. queda abrupta próxima do final da década de 1820 devido à proibição do tráfico.
3. tendência contínua de redução na primeira década do século XIX.
4. grandes oscilações na primeira metade da década de 1810.
5. aumento imediato após a conquista da independência.

25. (FAMERP 2023) Entre os impactos internos e externos sentidos pelo Brasil após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, estão, respectivamente,

1. a integração da economia paraguaia ao comércio brasileiro e a incorporação do território paraguaio ao Brasil.
2. o aumento do prestígio da monarquia entre a população brasileira e o fim da rivalidade diplomática com argentinos e uruguaios.
3. o desenvolvimento do republicanismo no exército e a confirmação da hegemonia militar sobre a América do Sul.
4. o crescimento do abolicionismo no exército e a ampliação da circulação mercantil na Bacia do Rio da Prata.
5. a consolidação das instituições militares e a constituição de um mercado comum na região centro-sul da América.

26. (FAMERP 2023) No último terço do século XIX, possuir colônias passou a ser, para os países europeus, um requisito para se afirmar como potência. Por isso, na corrida por territórios na África, iniciada pela França e pela Grã-Bretanha, logo se envolveram a Alemanha, a Itália e até mesmo um indivíduo, Leopoldo II, o rei dos belgas.

(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.)

O excerto caracteriza uma disputa entre países europeus que

1. inviabilizou a exploração dos recursos naturais da África e, anteriormente, a própria consolidação da hegemonia europeia sobre o continente africano.
2. facilitou a resistência dos povos africanos à tentativa de domínio estrangeiro e, simultaneamente, a formação da ideologia do pan-africanismo.
3. levou a conflitos armados entre eles e, rapidamente, à derrocada da hegemonia europeia e à ascensão político-militar de Estados Unidos e União Soviética.
4. provocou a divisão das áreas coloniais na África a partir de interesses externos ao continente africano e, posteriormente, um dos motivos da Primeira Guerra Mundial.
5. atrasou a formação da União Europeia e, paralelamente, a facilitação do comércio entre os países europeus e destes com as nações da África e da América.

27. (FAMERP 2023) Observe a foto, que mostra a Avenida Central, no Rio de Janeiro, em 1905.

A imagem mostra dois aspectos importantes do processo de reurbanização da Capital brasileira, desenvolvido na primeira década do século XX:

1. a redução das desigualdades sociais e a melhoria das condições de higiene e de moradia da população trabalhadora.
2. a verticalização das edificações e a adoção dos modelos urbanísticos das principais metrópoles norte-americanas.
3. a ampliação da facilidade de circulação de pessoas e mercadorias e a constituição de espaços de sociabilidade burguesa.
4. a modernização e o alargamento do porto e a permissão de ocupação dos morros pela população pobre da cidade.
5. a implantação de sistema de iluminação pública por lampiões e a criação do sistema de bondes de tração animal.

28. (FAMERP 2023) Muito rapidamente, o processo de uma tensa bipolarização passou a dominar as relações internacionais, e de uma forma tão drástica que, nas décadas seguintes, seria difícil recuperar a atmosfera da aliança que derrotara o nazismo.

(Daniel Aarão Reis Filho. Uma revolução por dia:

a história do socialismo soviético, 1997.)

O excerto destaca o surgimento

1. do macarthismo, que permitiu a abertura de processos judiciais contra os norte-americanos que se aliaram ao nazismo.
2. da Guerra Fria, que opôs Estados que haviam sido aliados contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
3. da ONU, que se dispôs a auxiliar a recuperação dos países que haviam se aliado à Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
4. do stalinismo, que se valeu da propaganda política para atacar a Alemanha e os países socialistas do Leste Europeu.
5. do Muro de Berlim, que isolou a Alemanha recém-derrotada na Segunda Guerra Mundial dos países comunistas do Leste Europeu.

29. (FAMERP 2023) Observe a charge de Augusto Bandeira, publicada no Correio da Manhã em 14 de julho de 1963.

A charge representa, durante o governo de João Goulart,

1. o resultado das reformas sociais realizadas pelo presidente.
2. a política agressiva de aumento real do salário mínimo.
3. o esforço do presidente para conter a alta dos preços.
4. a estagnação do crescimento econômico do país.
5. a preocupação das famílias brasileiras com a alta dos preços.

30. (FAMERP 2023) Nenhum ser humano deveria ser ameaçado de “transferência” de sua casa ou de sua terra; nenhum ser humano deveria ser discriminado por não pertencer a esta ou àquela religião; nenhum ser humano deveria ser destituído de sua identidade ou de sua cultura, seja qual for o motivo.

(Edward W. Said. A questão da Palestina, 2012. Adaptado.)

O excerto pertence a um livro que discute a condição dos palestinos, mas sua ideia geral pode também ser aplicada à situação

1. dos islâmicos xiitas perseguidos pelo atual regime do Irã.
2. dos refugiados da guerra civil e da crise humanitária na Síria.
3. dos latino-americanos proibidos de ingressar no território dos Estados Unidos.
4. dos ucranianos que se aliaram à Rússia na guerra entre os dois países.
5. dos norte-coreanos que foram afastados de suas famílias após a Guerra da Coreia.