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ITA 2023:

13. (ITA) A respeito de Adelaide, uma das personagens femininas de Os ratos, de Dyonélio Machado, é correto afirmar que

  1. ela é frágil e ingênua, características que agradam ao protagonista, pois alimentam seu amor por ela.
  2. ela é financeiramente independente do marido e protagonista do romance.
  3. sua fraqueza e ingenuidade servem para que o protagonista justifique seus próprios fracassos.
  4. ela se sente inferiorizada diante de outras mulheres presentes no romance.
  5. Adelaide não exige do marido luxos que ele não conseguiria entregar, apenas o suficiente para alimentar a família.

14. (ITA) Em relação à linguagem de Os ratos, de Dyonélio Machado, é correto afirmar que ela

  1. respeita completamente a norma culta, como no seguinte exemplo: “Passando um mercadinho — é um pequeno escritório: uma porta e uma janela. Ao lado da porta, uma placa quadrada, de ferro esmaltado. Eles entram. — Me chame o seu Fernandes — diz o Duque para um menino que se acha sentado à escrivaninha.” (p. 86).
  2. é ágil e rápida, adequada ao ritmo intenso da narrativa, como no seguinte exemplo: “Entrando pouco a pouco na calma outra vez. Raciocinante. É conveniente comprar fichas. Com quinze mil réis em fichas já tem margem pra muito jogo. Encaminha-se para o guichê. Volta com uma pilha de rodelas na mão.” (p. 63).
  3. desrespeita a norma culta e ainda é lenta e entediante, como no seguinte exemplo: “Ouve-se um baque, lá fora. Eles levantam a cabeça, atentos. — É o portãozinho. — Deixa que eu vou fechar — e Naziazeno se ergue vivamente. — Bota o casaco. — Não precisa. — E sai.” (p. 113).
  4. embora apresente elementos de oralidade, não é totalmente coloquial, distinguindo a palavra do narrador e das personagens, como no seguinte exemplo: “Não enxerga o Duque nos lugares habituais... E, entretanto, é a ‘hora dele’.” (p. 30).
  5. jamais apresenta uso de discurso direto. Por exemplo: “Ele se senta. Dirige-lhes duas ou três palavras. — O Naziazeno tem um grande aperto hoje — informa-lhe Alcides.”

15. (ITA) Leia atentamente os versos destacados de “Canto ao homem do povo Charlie Chaplin”, de Carlos Drummond de Andrade. Em seguida, assinale a alternativa correta.

E falam as flores que tanto amas quando pisadas,

falam os tocos de vela, que comes na extrema penúria,

falam a mesa, os botões,

os instrumentos do ofício e as mil coisas

aparentemente fechadas,

cada troço, cada objeto do sótão, quanto mais

obscuros mais falam.

  1. a linguagem é pouco elaborada, pois visa a descrever materialmente a realidade, desprovida de qualidades estéticas.
  2. são versos livres, de ritmo fluido, nos quais a elaboração da linguagem busca tirar os objetos cotidianos da banalidade.
  3. a dimensão estética do cotidiano é apagada pela fama da pessoa a quem o poema é dedicado, elogiada nos versos.
  4. a métrica desses versos é rígida, para imitar a forma geométrica dos objetos descritos.
  5. o uso das rimas raras e do ritmo afastado da linguagem comum transfigura a realidade material em uma dimensão estética rebuscada, de difícil acesso para o leitor.

16. (ITA) Leia o trecho destacado do conto “Tempo de camisolinha”, de Mário de Andrade, e, em seguida, assinale a alternativa incorreta.

“Estavam uns pescadores ali mesmo na esquina, conversando, e me meti no meio deles, sempre era uma proteção. E todos eles eram casados, tinham filhos, não se amolavam proletariamente com os filhos, mas proletariamente davam muita importância pra o filhinho de ‘seu dotô’ meu pai, que nem era doutor, graças a Deus.” (p. 106).

  1. os pescadores “não se amolavam proletariamente” com os próprios filhos porque a sua obrigação proletária era apenas garantir o sustento das próprias famílias.
  2. o uso de “seu dotô” é justificado para expressar a fala supostamente informal dos pescadores para atribuir prestígio ao pai do narrador.
  3. o trecho destacado sugere uma posição específica do narrador, distante tanto dos “proletários” quanto dos “doutores” retratados.
  4. os pescadores davam muita importância ao “filho do dotô” porque o consideravam mais vulnerável do que os seus próprios filhos.
  5. não há, no uso da expressão “seu dotô”, nenhuma menção à diferença de classes sociais

17. (ITA) Leia atentamente as declarações de I a III, que tratam da poesia de Carlos Drummond de Andrade. Em seguida, assinale a alternativa correta.

I. O poeta transita entre a construção gramatical normativa e o experimentalismo modernista com a linguagem, o que pode ser verificado nos seguintesversos: “camabel camabel o vale ecoa/ sobre o vazio de ondalit/ a noite asfáltica/ plkx” (“Os materiais da vida”).

II. A linguagem, na poesia de Drummond, vale-se quase sempre de coloquialismos e desvios gramaticais, subvertendo a norma culta por completo, o que pode ser verificado nos seguintes versos: “Lutar com palavras/ é a luta mais vã./ Entanto lutamos mal rompe a manhã.” (“O lutador”).

III. Drummond segue à risca a gramática normativa, da qual rigorosamente nunca diverge, o que pode ser verificado nos seguintes versos: “No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra.”

  1. I é correta.
  2. II é correta.
  3. III é correta.
  4. Todas são corretas.
  5. Nenhuma é correta.

18. (ITA) Leia o trecho destacado do conto “O peru de Natal”, de Mário de Andrade, e, em seguida, assinale a alternativa incorreta.

“Bem que sabiam, era loucura sim, mas todos se faziam imaginar que eu sozinho é que estava desejando muito aquilo e havia jeito fácil de empurrarem pra cima de mim a... culpa de seus desejos enormes.” (p. 72).

  1. embora não tivessem coragem de admitir, todos os familiares de Juca desejavam aquela comemoração, a despeito da situação constrangedora em que se encontravam.
  2. Juca era considerado louco pela família, por isso todos sentiam pena dele.
  3. Juca era considerado louco pela família, por isso todos tinham medo dele.
  4. Juca era considerado louco pela família, mas não era devidamente tratado por profissionais.
  5. a falta que o pai fazia na família foi motivo para negar o pedido de Juca.

19. (ITA) Assinale a alternativa correta acerca de Os ratos, de Dyonélio Machado.

  1. a narrativa respeita a ordem cronológica dos acontecimentos, característica que facilita a compreensão do enredo.
  2. a narrativa fragmentária apresenta idas e vindas no tempo, o que provoca certa inquietação no leitor e dificuldade de estabelecimento da ordem dos acontecimentos.
  3. embora a narrativa não respeite a ordem cronológica dos fatos, esse recurso não apresenta efeito algum sobre o leitor.
  4. todas as informações contidas no texto que não seguem o tempo cronológico estão completamente desvincu - ladas do enredo.
  5. todas as informações contidas no texto que não seguem o tempo cronológico representam apenas um devaneio do narrador em relação à matéria narrada.

20. (ITA) Leia o trecho destacado do conto “Atrás da catedral de Ruão”, de Mário de Andrade, e, em seguida, assinale a alternativa correta.

“E lhes enfiou na mão um níquel pra cada um, pagou!

Pagou a ‘bonne compagnie’. Subiu as escadas correndo, foi chorar.” (p. 56).

  1. Mademoiselle pagou um níquel a cada um dos homens, pois eles a acompanharam até a pensão.
  2. Mademoiselle subiu correndo e chorou porque os dois homens a xingaram grosseiramente.
  3. Mademoiselle subiu correndo e chorou porque havia sido atacada pelos dois homens.
  4. a tristeza e a urgência de Mademoiselle devem-se ao fato de ela ter tomado consciência de sua vida solitária depois de fantasiar uma perseguição.
  5. a fantasia de haver sido perseguida por dois homens trouxe alívio e calma a Mademoiselle e, por isso, ela pagou um níquel a cada um dos homens.

21. (ITA) Leia atentamente os versos destacados de “Cantiga de enganar”, de Carlos Drummond de Andrade. Em seguida, assinale a alternativa correta.

Meu bem, assim acordados,

assim lúcidos, severos,

ou assim abandonados,

deixando-nos à deriva

levar na palma do tempo

— mas o tempo não existe —,

sejamos como se fôramos

num mundo que fosse: o Mundo.

  1. os versos confirmam, sem sombra de dúvidas, que a lucidez não só é impossível neste mundo, como também a realidade é enlouquecedora.
  2. lidos em conjunto com o título do poema, os versos exprimem certa ironia em relação à condição humana na realidade do mundo.
  3. os versos são típicos da indiferença do eu lírico, característica da poética de Drummond frente à inevitabilidade da morte em um mundo sombrio e apocalíptico.
  4. no contexto do poema, os versos exprimem a negação da condição de abandono do ser humano.
  5. no contexto da obra, os versos exemplificam o tema da busca da riqueza material, segundo o preceito do carpe diem.

22. (ITA) Acerca de Os ratos, de Dyonélio Machado, é correto afirmar que

  1. a linguagem do romance permite identificar uma separação conceitual rígida entre o humano e o animal, como ilustra o seguinte exemplo: “Duque volta-se inteiramente para o lado de Naziazeno. Avança-lhe um focinho sereno e atento.” (p. 81).
  2. a intertextualidade não é um elemento da narrativa, como ilustra o seguinte exemplo: “Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar a palestra interrompida, aquelas observações sobre a questão social, comunismo e integralismo.” (p. 38).
  3. há elementos na linguagem que permitem identificar a santificação das personagens, como ilustra o seguinte exemplo: “Naziazeno conserva-se silencioso. Ele não pensa na ‘empresa’ propriamente: pensa no Andrade; vê a sua figura robusta, azafamada, decidida de patrão.” (p. 44).
  4. no romance, os ratos são uma alegoria do retorno à natureza e da reconciliação do ser humano com a sua melhor índole, o estado de Natureza, como ilustra o seguinte exemplo: “mas na mesma ocasião o seu ar de pobreza, aquele focinho quieto e manso que vem ali a seu lado, tiram-lhe qualquer ilusão. Um frio e um amargo sobem-lhe pelas vísceras acima...” (p. 85).
  5. há elementos na linguagem que indicam animalização ou rebaixamento do humano, como ilustra o seguinte exemplo: “Naziazeno ‘vê-se’ no meio da sala, atônito, sozinho, olhando para os lados, pra todos aqueles fugitivos, que se esgueiram, que se somem com pés de ratos.” (p. 36).

23. (ITA) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta acerca de Contos novos, de Mário de Andrade.

  1. Contos novos é um livro que aborda criticamente assuntos controversos, como relações exploratórias de trabalho, homossexualidade e sexualidade feminina.
  2. último livro de Mário de Andrade, Contos novos não traz nenhuma perspectiva crítica acerca das relações humanas de amor, de trabalho, de família, de amizade e de sexo.
  3. Mário de Andrade, em seu último livro, buscou elaborar uma perspectiva ingênua e sentimental sobre temas bucólicos, fugindo do ambiente urbano.
  4. Contos novos é um livro escrito em prosa poética altamente elaborada, repleta de registros formais estritamente ligados à norma culta, raras inversões sintáticas, bem como estrangeirismos e cacofonias.
  5. o discurso marioandradiano, neste seu último livro, não incorpora coloquialismos nem quaisquer elementos de oralidade e sintaxe tipicamente brasileiras.

24. (ITA) Assinale a alternativa que complementa corretamente a seguinte afirmação: “Os poemas da seção ‘NA PRAÇA DE CONVITES’, da Antologia Poética, de Carlos Drummond de Andrade, tematizam o cotidiano...

  1. com um leve e alegre tom simpático e pitoresco, como nos versos: “Imenso trabalho nos custa a flor./ Por menos de oito contos vendê-la? Nunca.” (“Anúncio da rosa”).
  2. com ênfase na crença em relação ao progresso social do mundo moderno, como nos versos: “Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota/ e adiar para outro século a felicidade coletiva.” (“Elegia 1938”).
  3. de forma a fugir do registro banal ou meramente anedótico, procurando captar a realidade a partir das inquietações e, por vezes, do inconformismo do eu lírico: ‘Calo-me, espero, decifro./ As coisas talvez melhorem./ São tão fortes as coisas!/ Mas eu não sou as coisas e me revolto.” (“Nosso tempo”).
  4. propondo a análise dos problemas do Brasil segundo os princípios da literatura naturalista, isto é, de maneira objetiva e científica, como ilustram os versos: “Eis meu pobre elefante/ pronto para sair/ à procura de amigos/ num mundo enfastiado/ que já não crê nos bichos/ e duvida das coisas.” (“O elefante”).
  5. da perspectiva da literatura prosélita, que defendia um nacionalismo ingênuo e panfletário, como atestam os versos: “O mar batia em meu peito, já não batia no cais./ A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu/ a cidade sou eu/ sou eu a cidade/ meu amor.” (“Coração numeroso”).

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