UERJ 2024: Linguagens
03. (UERJ 2024) E parece que a melhor explicação para a nossa dependência excessiva da linearidade vem da sala de aula. Pesquisas mostram que nossa propensão para assumir a linearidade surge muito antes de deixarmos a escola. (l. 23-25)
Com o emprego do verbo parecer, na primeira frase do trecho, o autor faz uso de modalização. Neste caso, a modalização produz o efeito de:
- expor uma opinião contrária
- recusar um indício duvidoso
- apresentar um saber coletivo
- evitar uma afirmação categórica
AS QUESTÕES 09 A 22 REFEREM-SE AO LIVRO QUINCAS BORBA, DE MACHADO DE ASSIS (Rio de Janeiro: EdUERJ, 2024), publicado pela primeira vez em 1891.
06. (UERJ 2024) Vivemos em um mundo não linear, mas estamos tão acostumados a pensar em linhas retas que muitas vezes nem percebemos. (l. 34-35)
Ao longo dos parágrafos, o autor analisa vários eventos não lineares, para, na conclusão do texto, apresentar sua tese central, citada acima.
Esse modo de encaminhar a argumentação é denominado:
- alusivo
- indutivo
- dialético
- dedutivo
10. (UERJ 2024) Capítulo I - Em Quincas Borba, os personagens se movimentam no contexto de emergência do capitalismo no Brasil.
Em relação a esse contexto, o protagonista Rubião pode ser melhor identificado pela seguinte figura de linguagem:
- antítese
- hipérbole
- eufemismo
- metonímia
12. (UERJ 2024) Capítulo XI “Faleceu ontem o Sr. Joaquim Borba dos Santos, tendo suportado a moléstia com singular filosofia. Era homem de muito saber, e cansava-se em batalhar contra esse pessimismo amarelo e enfezado que ainda nos há de chegar aqui um dia; é a moléstia do século. A última palavra dele foi que a dor era uma ilusão (...).”
A expressão suportar com filosofia denota o seguinte sentimento:
- espanto
- aceitação
- animosidade
- constrangimento
14. (UERJ 2024) Capítulo XLVII Na esquina da Rua dos Ourives deteve-o um ajuntamento de pessoas, e um préstito singular. Um homem, judicialmente trajado, lia em voz alta um papel, a sentença. Havia mais o juiz, um padre, soldados, curiosos. Mas, as principais figuras eram dois pretos. Um deles, mediano, magro, tinha as mãos atadas, os olhos baixos, a cor fula, e levava uma corda enlaçada no pescoço; as pontas do baraço iam nas mãos de outro preto. (...) Eis o réu que sobe à forca. Passou pela turba um frêmito. O carrasco pôs mãos à obra.
Em sua produção literária, Machado de Assis denuncia a violência da sociedade escravagista.
Na cena descrita acima, um elemento que ressalta essa violência é uma diferença existente entre os dois homens negros.
O que permite a ação do outro preto mencionado no texto é a sua:
- função
- origem
- instrução
- personalidade
17. (UERJ 2024) Capítulo CXLII A expressão “Conversar com os seus botões”, parecendo simples metáfora, é frase de sentido real e direto. Os botões operam sincronicamente conosco; formam uma espécie de senado, cômodo e barato, que vota sempre as nossas moções.
“Conversar com os seus botões” é uma metáfora gasta, um clichê.
No trecho, essa metáfora é revitalizada pois passa por um processo de:
- ampliação
- oposição
- restrição
- injunção
19. (UERJ 2024) Capítulo CLV Espalhou-se a nova mania de Rubião. Alguns, não o encontrando nas horas do delírio, faziam experiências, a ver se era verdadeiro o boato; encaminhavam a conversação para os negócios de França e do imperador. Rubião resvalava ao abismo, e convencia-os.
O narrador, em vários capítulos, emprega a metáfora do abismo, antecipando o seguinte problema sofrido por Rubião:
- falência
- loucura
- solidão
- traição
21. (UERJ 2024) (1) Capítulo XLI
Tinha razão, deviam separar-se; só lhe pedia uma coisa, duas coisas; a primeira é que não esquecesse aqueles dez minutos sublimes; a segunda é que, todas as noites, às dez horas, fitasse o Cruzeiro, ele o fitaria também, e os pensamentos de ambos iriam achar-se ali juntos,
(2) Capítulo XCVII
Quando cansou, olhou para o céu; lá estava o Cruzeiro... Oh! Se ela houvesse consentido em fitar o Cruzeiro! Outra teria sido a vida de ambos. A constelação pareceu confirmar este modo de sentir, fulgurando extraordinariamente;
(3) Capítulo CCI
Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, (...) Eia! Chora os dois recentes mortos, se tens lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens.
Em (1) e (2), o narrador apresenta a perspectiva de Rubião acerca da constelação do Cruzeiro do Sul; em (3), o narrador apresenta a própria perspectiva sobre esse conjunto de estrelas.
A perspectiva de Rubião e a do narrador podem ser caracterizadas, respectivamente, como:
- flexível – rígida
- crédula – cética
- individual – social
- ousada – conformista