UFPR 2025: Filosofia
73. (UFPR 2025) “A maioria dos eticistas concorda que existem dois critérios principais para determinar se uma criatura viva possui a capacidade de sofrer e, assim, possui interesses genuínos que podemos ou não ter o dever moral de levar em conta. Um deles se relaciona ao hardware neurológico requerido para a experiência da dor com que o animal vem equipado — nociceptores, prostaglandinas, neurorreceptores de opioides etc. O outro critério é se o animal demonstra algum comportamento associado à dor.”
Wallace, D. F. Pense na lagosta. Uma incursão num mundo de exageros, mau gosto, prazeres e crueldade, Revista Piauí, ed. 72, set. 2012.
No texto “Pense na lagosta”, David Foster Wallace defende que:
- o prazer gustativo humano se sobrepõe à dor e à natureza animais.
- questões éticas permeiam o terreno da estética.
- as lagostas não são seres sencientes.
- se pratique o regime vegetariano.
- é um equívoco estender sentimentos humanos (dor e prazer) aos animais.
74. (UFPR 2025) “Podemos dizer que a democracia propicia, pelo modo mesmo do seu enraizamento, uma cultura da cidadania à medida que só é possível a sua realização através do cultivo dos cidadãos. Se podemos pensar numa cidadania cultural, podemos ter certeza de que ela só é possível através de uma cultura da cidadania, viável apenas numa democracia.”
Chaui, M. Cultura e democracia, Crítica y emancipación: Revista latino-americana de Ciencias Sociales, n. 1, 2008, p. 75.
Cultura é um termo polissêmico, assumindo diferentes significados ao longo do tempo. Em “Cultura e democracia”, Marilena Chaui considera que a cultura se democratiza quando:
- se torna acessível ao público como mercadoria.
- assume o significado de evolução civilizacional.
- se afirma como direito.
- se produz e se oficializa pelo aparelho estatal.
- começa a ser fruída pelas pessoas como entretenimento
75. (UFPR 2025) “Quando nós falamos que nosso rio é sagrado, as pessoas dizem: ‘Isso é algum folclore deles’.”
Krenak, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 49.
Na obra Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak sustenta que a filosofia indígena se estrutura a partir:
- da superioridade de certa humanidade.
- do discurso da sustentabilidade.
- da consideração da natureza como recurso.
- da coexistência entre as formas de vida.
- da animalização do ser humano
76. (UFPR 2025) “Enquanto a sensação e a memória apenas são conhecimento de fato, o que é uma coisa passada e irrevogável, a ciência é o conhecimento das consequências, e a dependência de um fato com relação a outro, pelo que, a partir daquilo que presentemente sabemos fazer, sabemos como fazer qualquer outra coisa quando quisermos, ou também, em outra ocasião.”
Hobbes, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1988, p. 30. (Coleção Os Pensadores)
De acordo com a passagem apresentada e com a obra de que foi retirada, é correto dizer que, para Thomas Hobbes:
- a experiência passada é a base de um conhecimento certo sobre o futuro.
- a ciência é puramente racional, e a razão dispensa a experiência.
- a ciência é um conhecimento teórico e desvinculado da prática.
- a sensação e a memória nada dão a conhecer.
- a ciência é o conhecimento das causas dos fenômenos
77. (UFPR 2025) “A tarefa […] é elaborar um conceito amplo de justiça que consiga acomodar tanto as reivindicações defensáveis de igualdade social quanto as reivindicações defensáveis de reconhecimento da diferença.”
Fraser, N. Reconhecimento sem ética?, Lua Nova, São Paulo, 70, p. 103, 2007.
De acordo com Nancy Fraser no artigo “Reconhecimento sem ética?”, políticas de reconhecimento são necessárias para:
- promover paridade de participação entre os grupos sociais.
- afirmar a identidade e a particularidade de cada grupo social.
- garantir a justa distribuição das riquezas.
- permitir que todos gozem de igual estima social.
- promover o desenvolvimento ético e psíquico de cada cidadão.