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UFPR 2025: Sociologia

78. (UFPR 2025) Segundo Marx, os economistas de seu tempo não reconhecem a historicidade dos fenômenos que se manifestam na sociedade capitalista, por isso suas teorias são comparáveis às dos teólogos, para os quais ‘toda religião estranha é pura invenção humana, enquanto a deles próprios é uma emanação de deus’. Ele questiona a perspectiva para a qual as relações burguesas de produção são naturais, estão de acordo com as leis da natureza, como se fossem ‘independentes da influência do tempo’. Assim, as instituições feudais teriam sido históricas, ironiza, mas as burguesas seriam naturais e, portanto, imutáveis. Para ele, tanto os processos ligados à produção são transitórios, como as ideias, concepções, gostos, crenças, categorias do conhecimento e ideologias os quais, gerados socialmente, dependem do modo como os indivíduos se organizam para produzir”.

Quintaneiro, T.; Barbosa, M. L. de O.; Oliveira, M. G. M. de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p. 29-30.

Tendo por base esse trecho sobre a obra de Karl Marx, bem como a leitura da obra de Quintaneiro, Barbosa e Oliveira, é correto afirmar:

  1. Não é o ser social quem determina a consciência, mas a consciência que determina o ser social.
  2. O materialismo histórico formulado por Marx é uma ideologia que reafirma a importância do mundo das ideias na construção das sociedades capitalistas.
  3. As relações materiais têm pouca ou nenhuma relação com a teoria formulada por Marx, que julgava suficiente o desenvolvimento do comunismo como uma ideia revolucionária.
  4. O pensamento e a consciência são decorrências da relação entre indivíduo e natureza, ou seja, derivam das relações materiais.
  5. A luta de classes, a alienação, a ideologia e a revolução são conceitos que prescindem de análise histórico-materialista, pois são atemporais, assim como o de burguesia.

79. (UFPR 2025) “Quanto ao seu positivismo, é importante situá-lo, sobretudo, no contexto da Inglaterra do século XIX, no qual intelectuais, reformadores e técnicos governamentais entendiam postulados positivistas, em especial, como uma orientação prática para a intervenção social e a produção de políticas públicas. Nessa acepção, a publicidade dos dados, a ciência estatística, os métodos empíricos de pesquisa e as possibilidades de entender ‘as leis que governam o social deveriam servir ao aprimoramento e avaliação do status geral da sociedade em vista de um ideal ou utopia’. Essa relação prática com o positivismo modelou o pensamento sociológico da Inglaterra. Cabe notar que a própria Martineau se envolveu diretamente com o processo de introdução da expertise científica na esfera governamental do país, buscando qualificar o debate público e as decisões do Estado”.

Daflon, V. T.; Campos, L. R. (Orgs.). Pioneiras da sociologia: mulheres intelectuais nos séculos XVIII e XIX. Niterói: EdUFF, 2022. p. 83.

Considerando o trecho citado, em que se discorre sobre a perspectiva sociológica desenvolvida por Harriet Martineau, é correto afirmar:

  1. As ideias do positivismo que mais influenciaram Martineau se vinculavam à proposta de uma nova disciplina fundada em um método positivo, uniforme e confiável, a serviço do estudo da sociedade.
  2. O positivismo de Martineau se assemelhava ao de Auguste Comte, sobretudo no que dizia respeito ao conteúdo moral da catequese positivista.
  3. Martineau elaborou boa parte de suas análises sociológicas tecendo críticas ao positivismo e à incapacidade do movimento de pensar as relações sociais e a própria sociedade.
  4. A Sociologia estruturada a partir dos princípios da escola positivista possibilitou a Martineau demonstrar que as discussões teórico-conceituais são mais importantes do que as histórico-sociais.
  5. A teoria social desenvolvida por Martineau não possuía bases epistemológicas seguras, o que levou a intelectual a adotar uma interpretação idealizada e utópica da sociedade inglesa do século XIX.

80. (UFPR 2025) “O campo intelectual era restrito, mas não o suficiente para impedir a ação e circulação de pioneiras, algumas das quais foram intelectuais influentes, amplamente lidas, difundidas e atuantes dentro dos mesmos círculos frequentados pelos autores tradicionais. Um dos casos mais desconcertantes no caso da Sociologia é o da britânica Harriet Martineau, autora do primeiro livro de epistemologia e metodologia das Ciências Sociais de que se tem registro, além de ter realizado investigações sociológicas empíricas pautadas por parâmetros explícitos, conduzidas ainda na primeira metade do século XIX. Martineau não era uma autora obscura, mas um sucesso editorial, uma referência intelectual e uma presença constante no debate público britânico.”

Daflon, V. T.; Campos, L. R. (Org.). Pioneiras da sociologia: mulheres intelectuais nos séculos XVIII e XIX. Niterói: EdUFF, 2022. p. 26. Adaptado.

Considerando o trecho fornecido, que discorre sobre a teoria sociológica produzida por mulheres nos séculos XVIII e XIX, e a leitura integral da obra de Daflon e Campos, é correto afirmar:

  1. A Sociologia incipiente do século XIX inviabilizava a produção de intelectuais mulheres, uma vez que as Ciências Sociais eram formadas apenas por profissionais do gênero masculino.
  2. A epistemologia e a metodologia das Ciências Sociais escapavam às abordagens da produção sociológica do século XIX, e a obra de Harriet Martineau é exemplo dessa desatenção.
  3. A Inglaterra concentrou os vestígios de uma produção teórica na Sociologia do século XIX, da qual Harriet Martineau foi a expoente.
  4. O fato de Harriet Martineau ter produzido boa parte de sua análise na Inglaterra favoreceu seu contato com as obras de Émile Durkheim e Max Weber, os verdadeiros artífices da Sociologia no século XIX.
  5. A história da Sociologia tem mostrado consistentemente que as contribuições de autoras mulheres foram apagadas posteriormente, sobretudo durante a formação do cânone sociológico.

81. (UFPR 2025) “A industrialização modificou profundamente a percepção do tempo entre as populações europeias, ajustadas a ritmos naturais em obediência a costumes milenares. Isso se explica porque quanto menos os povos dependem da tecnologia para levar adiante suas atividades produtivas, mais o tempo social é regulado por fenômenos da natureza – as estações, as marés, a noite e o dia, o clima. A Revolução Industrial obriga a um registro mais preciso do tempo na vida social. O empresário passa a comprar horas de trabalho e a exigir seu cumprimento. Trabalhadores perdem o controle do ritmo produtivo que impõe uma disciplina até então desconhecida. Uma nova moralidade a sustenta desde os púlpitos até que os operários, organizados em associações, começam a rebelar-se contra as exigências excessivas. O esforço para entender as causas e os prováveis desenvolvimentos das novas relações sociais motivou a reflexão que veio a cristalizar-se na Sociologia”.

Quintaneiro, T.; Barbosa, M. L. de O.; Oliveira, M. G. M. de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p. 11-12. Adaptado.

Conforme o argumento sobre a formação da Sociologia desenvolvido pelas autoras em sua obra, é correto afirmar:

  1. A Revolução Industrial foi um entrave no desenvolvimento da Sociologia como ciência autônoma no século XIX, a qual carecia de metodologia de análise adequada ao trabalho no capitalismo.
  2. A Sociologia, na época da Revolução Industrial, era marcada por um caráter excessivamente moralizante das ações humanas e considerava o trabalho social um componente natural das sociedades humanas.
  3. A Sociologia é produto teórico e analítico de seu próprio tempo histórico-social, visto que se constituiu como ciência a partir das contradições de um sistema produtivo ainda em formação no continente europeu.
  4. As análises sociológicas desenvolvidas no século XIX desconsideram as diferenças entre os chamados tempo natural e tempo social.
  5. Os trabalhadores do século XIX foram os responsáveis pela elaboração das primeiras teorias sociológicas sobre o desenvolvimento do capitalismo.

82. (UFPR 2025) “O racismo nunca é um elemento acrescentado ao sabor de uma investigação no seio dos dados culturais de um grupo. A constelação social, o conjunto cultural, são profundamente remodelados pela existência do racismo. Diz-se correntemente que o racismo é uma chaga da humanidade, mas é preciso que não nos contentemos com essa frase. É preciso procurar incansavelmente as repercussões do racismo em todos os níveis de sociabilidade”.

Fanon, F. Racismo e cultura. Brasil: Terra sem Amos, 2022. p. 16.

Considerando o fragmento fornecido, é correto afirmar, a respeito do racismo, que:

  1. não se trata de componente resultante das análises sobre as desigualdades sociais, culturais ou de classe, mas de fator determinante da estrutura social que institui um modo de hierarquizar diferentes formas de sociabilidade.
  2. se trata de situação específica de discriminação de determinados grupos sociais que não podem ser compreendidos como partes integrantes de uma estrutura social mais ampla.
  3. todas as formas com que ele se manifesta têm uma origem social determinada, as quais, por serem originárias de grupos sociais específicos, não possuem uma dimensão social estruturante.
  4. é epistemologicamente incoerente assumir a perspectiva de que todo racismo é estrutural, pois as sociedades humanas estão, por sua própria natureza, organizadas em torno da premissa da democracia racial.
  5. se trata de um problema importante como objeto sociológico, mas que não pode ser questionado pela Sociologia por se tratar de uma condição natural das relações humanas.

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