Albert Einstein 2023-1: Linguagens
01. (Albert Einstein 2023-1) Examine o cartum de Brendan Loper, publicado pela revista The New Yorker em 28.01.2022.
A fala do cientista permite caracterizar as pessoas do passado como
- indiferentes.
- submissas.
- distraídas.
- gananciosas.
- atrasadas.
Resposta: A
Resolução: "i went back to warn them, but they arready knew and didnt1t seem to care", tradução, "Voltei para avisá-los, mas eles já sabiam e não pareciam se importar".
Para responder às questões de 02 a 08, leia um trecho do prefácio “Um gênero tipicamente brasileiro”, do escritor Humberto Werneck, publicado na antologia Boa companhia: crônicas.
Atenção: A questão de número 02 considera apenas a crônica “O estranho ofício de escrever”, de Fernando Sabino, transcrita nesse trecho do prefácio.
Fernando Sabino e Rubem Braga, por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias, não se limitavam, nas horas de aperto, a requentar seus requintados escritos — chegaram a permutar, na moita, velhos recortes, na suposição de que os textos, de tão antigos, já se houvessem apagado da memória do leitor de jornal, recuperando assim a virgindade tipográfica. O troca-troca, contado por Fernando Sabino na crônica “O estranho ofício de escrever”, merece ser aqui reproduzido:
Éramos três condenados à crônica diária: Rubem no Diário de Notícias, Paulo no Diário Carioca e eu no O Jornal. Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós. Às vezes para os três. Quando caiu um edifício no bairro Peixoto, por exemplo, três crônicas foram por coincidência publicadas no dia seguinte, intituladas respectivamente: “Mas não cai?”, “Vai cair” e “Caiu”.
Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia:
— Será que você teria aí uma crônica pequenininha para me emprestar?
Procurei nos meus guardados e encontrei uma que talvez servisse: sobre um menino que me pediu um cruzeiro para tomar uma sopa, foi seguido por mim até uma miserável casa de pasto da Lapa: a sopa existia mesmo, e por aquele preço. Chamava-se “O preço da sopa”. Rubem deu uma melhorada na história, trocou “casa de pasto” por “restaurante”, elevou o preço para cinco cruzeiros, pôs o título mais simples de “A sopa”.
Tempos mais tarde chegou a minha vez — nada como se valer de um amigo nas horas difíceis:
— Uma crônica usada, de que você não precisa mais, qualquer uma serve.
— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.
Acabou me dando de volta a da sopa.
— Logo esta? — protestei.
— As outras estão muito gastas.
Sou pobre mas não sou soberbo. Ajeitei a crônica como pude, toquei-lhe uns remendos, atualizei o preço para dez cruzeiros e liquidei de vez com ela, sob o título:
“Esta sopa vai acabar”.
Eternamente deleitável ou imediatamente deletável — depende menos do tema do que das artes do autor —, a crônica pode não ser um “gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam”, como sustentava Luís Martins — um dos recordistas brasileiros nesse ramo de escreveção. Um subgênero, há quem desdenhe. “Literatura em mangas de camisa”, diz-se em Portugal.
Mas, para o crítico Wilson Martins, trata-se de uma “espécie literária” que de jornalístico “só tem o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos.”
(Humberto Werneck (org.). Boa companhia: crônicas, 2005. Adaptado.)
02. (Albert Einstein 2023-1) As alterações sofridas pela crônica na permuta entre Rubem Braga e Fernando Sabino (e explicitamente referidas no texto) levam em consideração o seguinte fenômeno:
- inflação.
- criminalidade.
- preconceito.
- miséria.
- solidariedade.
Resposta: A
Resolução: As mudanças feitas por Rubem Braga e Fernando Sabino no texto levaram em conta a inflação decorrida nesse espaço de tempo. O preço da sopa, que custava um cruzeiro na crônica de autoria de Fernando Sabino, passou a custar cinco cruzeiros na que Rubem Braga publicou como sendo o autor. Tempos depois, Fernando Sabino pediu um texto a Rubem Braga, que lhe devolveu o texto da “sopa”. Sabino utilizou-a , mas inflacionou o preço da sopa que passou a custar dez cruzeiros. Fonte: Curso Objetivo
03. (Albert Einstein 2023-1) Uma característica presente no prefácio de Humberto Werneck e bastante recorrente no gênero crônica é:
- o discurso socialmente engajado.
- o caráter metalinguístico.
- o tom moralizante.
- a linguagem rebuscada.
- a informalidade da linguagem.
Resposta: E
Resolução: As crônicas são geralmente publicadas em órgãos de imprensa, por isso elas apresentam um estilo informal, em que há o emprego de linguagem corrente, procurando-se, assim, uma interação com o leitor comum. Fonte: Curso Objetivo
04. (Albert Einstein 2023-1) Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
- “chegaram a permutar, na moita, velhos recortes” (1º parágrafo).
- “Quando caiu um edifício no bairro Peixoto” (2º parágrafo).
- “nada como se valer de um amigo nas horas difíceis” (6º parágrafo).
- “por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias” (1º parágrafo).
- “o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos” (13º parágrafo).
Resposta: D
Resolução: Desovar não está no sentido denotativo, “realizar a postura de ovos” (Houaiss). Essa palavra, empregada em sentido figurado, conota produzir, escrever, publicar. Fonte: Curso Objetivo
05. (Albert Einstein 2023-1) “a crônica pode não ser um ‘gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam’” (13º parágrafo)
A expressão sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
- nem.
- mesmo.
- inclusive.
- salvo.
- aliás.
Resposta: D
Resolução: A locução conjuntiva “a não ser” tem valor condi - cional, indica uma hipótese ou possibilidade, assim como “se, caso, salvo, contanto que, desde que”. Fonte: Curso Objetivo
06. (Albert Einstein 2023-1) Em “Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia” (3º parágrafo), a expressão sublinhada tem o sentido de
- foi excessivamente sentimental.
- rendeu-se a um desejo obscuro.
- quebrou uma regra social implícita.
- falou com mais sinceridade.
- expressou-se com enorme dificuldade.
Resposta: C
Resolução: A expressão “perder a cerimônia” significa agir sem considerar as regras sociais, foi o que fez o cronista Rubem Braga ao pedir “emprestada” uma crônica, para ser publicada, escrita por Fernando Sabino. Fonte: Curso Objetivo
07. (Albert Einstein 2023-1) Para evitar sua repetição, omite-se um substantivo que pode ser facilmente identificado pelo contexto linguístico em:
- “Sou pobre mas não sou soberbo.” (12º parágrafo)
- “Um subgênero, há quem desdenhe.” (13º parágrafo)
- “‘Literatura em mangas de camisa’, diz-se em Portugal.” (13º parágrafo)
- “Acabou me dando de volta a da sopa.” (9º parágrafo)
- “Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós.” (2º parágrafo)
Resposta: D
Resolução: “Acabou me dando de volta a da sopa.” deixa implícito o substantivo crônica: “Acabou me dando de volta a crônica da sopa.”. Fonte: Curso Objetivo
08. (Albert Einstein 2023-1) “— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.” (8º parágrafo)
Ao se transpor o trecho para o discurso indireto, a locução verbal sublinhada assume a seguinte forma:
- veria.
- viu.
- via.
- vira.
- verei.
Resposta: A
Resolução: A locução verbal “Vou ver” é de uso coloquial, em que se emprega o verbo ir no presente, mas indicando uma ação que se dará no futuro: Verei o que posso fazer. Passando para o discurso indireto, a ação no futuro do presente passa para o futuro do pretérito: Veria Fonte: Curso Objetivo
09. (Albert Einstein 2023-1) Essa vanguarda baseia-se na crença na realidade superior das formas específicas de associação, antes negligenciadas, na onipotência dos sonhos e no jogo desinteressado do pensamento. André Breton, seu principal teórico, afirmou que o propósito dessa vanguarda era “resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade.”
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.)
O texto trata de uma vanguarda que influenciou inúmeros escritores do Modernismo brasileiro, qual seja,
- o Futurismo.
- o Surrealismo.
- o Realismo.
- o Simbolismo.
- o Cubismo.
Resposta: B
Resolução: Esse excerto apresenta passagens muito evidentes, que caracterizam a estética Surrealista, como se nota, por exemplo, na referência “ à onipotência dos sonhos e no jogo desinteressado do pensamento” e na “criação de uma realidade absoluta, uma suprarrealidade”. Além dessas evidências, há o nome de André Breton, teórico e poeta do Surrealismo, vanguarda do onírico e do aparentemente ilógico, mas presente no inconsciente. Fonte: Curso Objetivo
10. (Albert Einstein 2023-1) Examine a tirinha de Fernando Gonsales, publicada na conta do Instagram “Depósito de Tirinhas”, em 23.04.2020.
Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora o seguinte recurso expressivo:
- eufemismo: o emprego de palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável.
- ambiguidade: a presença, num texto, de uma unidade linguística que pode significar coisas diferentes.
- hipérbole: a ênfase resultante do exagero na expressão ou na comunicação de uma ideia.
- antítese: a oposição, numa mesma expressão ou frase, de duas palavras ou de dois pensamentos de sentidos contrários.
- sinestesia: a aproximação, na mesma expressão, de sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos.
Resposta: B
Resolução: Na pergunta “Qual o sentido da vida”, a palavra “sentido” é ambígua, pode tanto ser um questio - namento existencial, uma dúvida metafísica, quanto referir-se aos órgãos de sentido, que foi o enten - dimento da companheira, que escolhe o “tato” (aconchegando-se ao interlocutor) como o órgão sensorial mais importante. Fonte: Curso Objetivo