UECE 2024:

31. (UECE 2024) O Brasil tem registrado, no ano de 2023, uma série de eventos climáticos com consequências dramáticas, tais como a estiagem, causando a baixa dos rios na região amazônica, e a intensificação da ocorrência de ciclones extratropicais, causando alagamentos e deslizamentos na região Sul. Muitos estudiosos associam a maior recorrência desses eventos à ação do El Niño, que pode ser compreendido como

1. o aumento de temperatura registrado sobre as florestas tropicais.
2. o superaquecimento das correntes marinhas no entorno da região Sul do Brasil.
3. o aquecimento incomum das águas superficiais em porções do oceano Pacífico.
4. o aquecimento atípico das águas continentais ao redor do planeta.

32. (UECE 2024) “Incêndio no Ceará dura cinco dias e cobre cidades de fumaça. A queimada teria começado quando outro agricultor usou fogo para limpar uma área onde iria plantar.” (Portal G1/CE, 02 de outubro de 2023).

O fragmento de notícia acima retrata um grave problema de degradação do meio ambiente, que afeta sobremaneira o sistema clima-vegetação-solo. Sobre essa temática, assinale a opção que corresponde a uma consequência das queimadas sobre esse sistema

1. Aumento da biomassa vegetal na área diretamente afetada.
2. Eliminação de nutrientes e de microrganismos do solo.
3. Despoluição de águas subterrâneas e rios, pois retira impurezas do solo.
4. Menor suscetibilidade do solo a erosão hídrica.

33. (UECE 2024) A representação da superfície esférica do planeta Terra em uma superfície plana implica algum tipo de deformação. Para minimizar isto, e “Com o intuito de transportar os pontos constantes no elipsóide para um plano, foi criado um sistema...” (Fitz, P. R, 2008). As diferentes deformações que se apresentam classificam-se em conformes, equivalentes, equidistantes ou azimutais. Esse sistema é denominado de

1. escalas cartográficas.
2. coordenadas geográficas.
3. fusos horários.
4. projeções cartográficas.

34. (UECE 2024) A Organização das Nações Unidas (ONU) considera desertificação o processo de degradação das terras em zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, sendo resultado da ação combinada entre condições climáticas adversas e ações antrópicas. Como consequência, há a perda de produtividade das terras agricultáveis, desequilíbrios ambientais e diminuição da qualidade de vida das populações locais. Considerando, portanto, esse processo, bem como as condições geoambientais do estado do Ceará, assinale a opção que apresenta o(s) núcleo(s) geográfico(s) onde a desertificação ocorre mais intensamente no estado.

1. Irauçuba, Inhamuns e Médio Jaguaribe
2. Região Metropolitana de Fortaleza
3. Planície Litorânea
4. Chapada do Araripe

35. (UECE 2024) Em junho de 2023, o tão aguardado resultado do Censo 2022 foi publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, ao contrário do que muitos estudiosos e analistas esperavam, apresentou algumas novidades. Dentre as principais delas encontra-se

1. a comprovação de que há uma acelerada expansão demográfica na base da pirâmide demográfica, distanciando o Brasil de um processo significativo de envelhecimento.
2. a revelação de que, em termos demográficos, o Brasil cresceu menos do que o esperado na última década, tratando-se da menor taxa de crescimento anual da população desde o primeiro Censo do Brasil em 1872.
3. a constatação do crescimento do tamanho das famílias, pois o número médio de moradores por residência subiu se comparado aos dados do Censo de 2010.
4. a conclusão de que a região Centro-Oeste teve o menor crescimento populacional da última década entre as regiões brasileiras, enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de crescimento demográfico.

36. (UECE 2024) Considerando o Semiárido Brasileiro, no tocante às perspectivas concernentes aos desafios e complexidades socioambientais coerentes para esta região, assinale a afirmação verdadeira.

1. O Semiárido é marcado pela presença da seca, da fome, da miséria e do coronelismo. É dominado por um ambiente rústico que não apresenta possibilidades de sobrevivência digna e desenvolvimento social aos seus insistentes habitantes.
2. O Semiárido é uma “região problema” para o Brasil, pois suas características físicas obstaculizaram o desenvolvimento socioeconômico, haja vista apresentar desde o passado colonial as condições mais hostis ao desenvolvimento capitalista, não lhe restando alternativa senão a urbanização e a industrialização.
3. Apesar de as possibilidades e alternativas de convivência com as condições ambientais adversas serem uma marca milenar da espécie humana, no Semiárido Brasileiro há desafios que não podem ser superados de modo coletivo, pois as condições técnicas e econômicas exigidas restringem-se à iniciativa privada e seus vultosos investimentos.
4. A diversidade social, cultural, biológica, botânica e ecológica presente nos diferentes modos de ser, de existir e de resistir no Semiárido expressa-o como região plena de saberes e sentidos, com riquezas culturais, ambientais e sociais que revelam o paradigma da convivência com o Semiárido, o qual passa a ser ressignificado em função de suas especificidades, e não mais como uma “região problema”.

37. (UECE 2024) Em discurso recente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os Estados Unidos não podem competir com o Brasil na transição energética, e que o país é 'a menina dos olhos do mundo' na questão. Lula ainda reforçou que o Brasil pode ser para a energia renovável o que a Arábia Saudita é hoje para o petróleo. Considerando a afirmativa do presidente, assinale a opção concernente às razões científicas da dimensão e importância da transição energética.

1. Turbinado pelo crescente aquecimento global causado pelo aumento nas emissões de gases de efeito estufa, o mês de julho de 2023 bateu vários recordes históricos de temperatura, o que torna absolutamente necessária a transição das matrizes energéticas dos combustíveis fósseis para fontes de energias limpas e renováveis.
2. Em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais em mobilidade, deslocamento, aceleração e fluidez, a transição energética é, e continuará sendo, uma alternativa paliativa mediante a dominância dos combustíveis fósseis.
3. Desde a pandemia do Novo Corona Vírus, as emissões de gases de efeito estufa decorrentes da queima de combustíveis fósseis e de mudanças de uso do solo prosseguem em queda, não justificando, portanto, a fala do presidente Lula.
4. As razões da transição energética justificam-se pela pressão política internacional que grandes lobbies da indústria automotiva fazem para que veículos elétricos se popularizem e substituam totalmente as frotas movidas a combustíveis.

38. (UECE 2024) Os avanços alcançados a partir do encontro das geotecnologias com a Inteligência Artificial (IA) vêm inaugurando inúmeras possibilidades para a pesquisa geográfica, contudo, recentemente o problema das deepfakes geográficas acendeu o debate sobre problemas que tais falsas informações espaciais podem causar. O termo deepfake é uma mistura dos termos da língua inglesa deep learning (aprendizado profundo) e fake (falso).

Uma nova modalidade de deepfakes tem circulado há alguns anos pela internet, mas tem sido potencializada atualmente com o uso de IA. No que diz respeito às geotecnologias, IA e ao rigor ético-científico nas pesquisas espaciais, assinale a afirmação coerente com esta legítima preocupação.

1. A IA vem sendo empregada para aprimorar o desempenho e a produtividade, automatizando processos que antes exigiam energia humana e atuando produtivamente por meio de dispositivos e programas computacionais baseados no machine learning.
2. Atualmente tem ocorrido a manipulação de imagens de satélite que, quando falseadas, podem levar a um falso aprendizado profundo, pois, diante dessas imagens, os males ao conhecimento e a desmistificação do falso conteúdo tornam-se ainda mais desafiantes para os profissionais da área, os quais têm o novo desafio de descontruir a informação geográfica falsa que circula por canais questionáveis e de conteúdo duvidoso.
3. À medida que a tecnologia evoluir tornar-se-á menos necessária uma compreensão holística dos dados e informações geoespaciais por parte do ser humano, pois os softwares assegurarão a fiabilidade absoluta das imagens de satélite e de outros dados geoespaciais; por isso, contramedidas como a verificação de fatos e dados in loco deixarão de ser necessárias.
4. Os avanços obtidos a partir das geotecnologias e da IA não devem limitar-se às questões éticas, pois elas são grandes entraves ao desenvolvimento científicotecnológico, devendo, antes, a realidade submeter-se aos modelos desejados e às tendências favoráveis aos grandes projetos de exploração do território.