UERJ 2024: História
02. (UERJ 2024) Mas é aí que está o problema: estamos tão familiarizados com o conceito de linearidade que impomos nossa referência de visão linear sobre o que observamos no mundo real. (l. 15-16)
Na imagem, a divisão da História como conhecimento sobre experiências de sociedades e povos está representada de maneira linear, ratificando a afirmação do fragmento do texto.
Essa divisão da História é derivada da seguinte concepção:
- antropocêntrica
- eurocêntrica
- materialista
- naturalista
Resposta: B
Resolução: A divisão linear da História, representada na imagem, reflete uma concepção eurocêntrica. Esse conceito interpreta a História a partir de uma perspectiva europeia, colocando a Europa como o centro do desenvolvimento histórico e cultural, muitas vezes desconsiderando a diversidade de experiências de outros povos.
48. (UERJ 2024) O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean, foi degradado a outros serviços
Janeiro: EdUERJ, 2024.
O romance Quincas Borba, publicado em livro em 1891, possui como cenário o Rio de Janeiro, na segunda metade do século XIX.
A passagem transcrita indica, por parte de Rubião, o apego ao seguinte aspecto do contexto da época:
- valorização do progresso
- trabalho de escravizados
- modernização de hábitos
- defesa do republicanismo
Resposta: B
Resolução: No trecho de Quincas Borba, Rubião demonstra apego ao trabalho de escravizados, o que era comum em Minas Gerais e no Brasil imperial. Ele reluta em aceitar a mudança imposta por Palha, que reflete a crescente influência de ideias europeias, como a necessidade de empregados "brancos", contrastando com a tradição de utilizar crioulos (escravizados) para os serviços domésticos.
51. (UERJ 2024) Cinquenta anos depois, ainda não se consegue falar desapaixonadamente do pós-25 de Abril. A realidade é que esses anos quentes foram feitos de camadas simultâneas de acontecimentos a que se juntaram alterações profundas na economia e na sociedade. À distância de meio século, temos de agradecer à luta pela democracia em período revolucionário.
LUÍS PEDRO NUNES
Adaptado de 25 de Abril de 1974, quinta-feira. Lisboa: Tinta-da-china, 2023.
Em abril de 2024, comemorou-se o cinquentenário da Revolução dos Cravos, episódio marcante da história contemporânea de Portugal, como abordado no texto. Alfredo Cunha retratou em suas fotografias manifestações dessa revolução.
Dentre as fotografias do artista expostas a seguir, a que está diretamente vinculada a rupturas com as heranças imperialistas europeias é:
Resposta: C
Resolução: A fotografia vinculada à ruptura com as heranças imperialistas europeias está relacionada à descolonização, um processo intimamente ligado à Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura em Portugal e contribuiu para o fim de seu império colonial.
55. (UERJ 2024) A mobilização política de povos indígenas garantiu direitos para essas populações na Constituição Brasileira promulgada em 1988.
Naquele contexto, a garantia do direito constitucional apresentado na fotografia representou a defesa da ideia de:
- estatização
- apropriação
- emancipação
- autodeterminação
Resposta: D
Resolução: A fotografia representa a defesa dos direitos indígenas, especialmente o direito à terra, garantido pela Constituição de 1988, como uma forma de autodeterminação, permitindo que os povos indígenas tenham controle sobre seus territórios.
59. (UERJ 2024) A Estação Ferroviária Leopoldina não abriga o mais belo dos aspectos visuais, visto que sua histórica fachada está pichada, suja e mal conservada. No entanto, em outros tempos, essa parada da cidade do Rio de Janeiro simbolizou o que havia de mais charmoso no Brasil. “A linha que partia dessa estação unia o centro do Rio a Petrópolis e a Três Rios. As viagens, no início, eram cheias de requinte”, conta o historiador Maurício Santos.
Inaugurada em 1926, era chamada de Barão de Mauá, para homenagear Irineu Evangelista de Souza, um dos pioneiros da construção de ferrovias no país. A estação foi elogiada inclusive por estrangeiros admiradores de boa arquitetura, segundo o historiador. Em 2002, deixou de ser utilizada definitivamente para embarque de passageiros, que passaram a embarcar na estação Dom Pedro II, conhecida como Central do Brasil.
QUINTINO GOMES FREIRE
Adaptado de diariodorio.com, 18/03/2015.
As estações de trem representaram um modelo exitoso de investimento em meios de transporte, no decorrer dos séculos XIX até meados do século XX.
A desativação da Estação Ferroviária Leopoldina, no início do século XXI, decorre do seguinte aspecto das transformações urbanas na cidade do Rio de Janeiro:
- crescimento de ações para a ocupação de periferias e favelas
- deslocamento de verbas para a circulação de automóveis e ônibus
- ordenamento de iniciativas para a geração de empregos e serviços
- aprimoramento de práticas para a integração de indústrias e finanças
Resposta: B
Resolução: A desativação da Estação Leopoldina é reflexo de mudanças no planejamento urbano que priorizaram outros meios de transporte, como carros e ônibus, em detrimento das ferrovias. Esse processo está ligado ao investimento em infraestrutura rodoviária, o que levou ao abandono de várias estações ferroviárias no Brasil.
60. (UERJ 2024) Essa canção foi gravada originalmente em 1972, por Gilberto Gil, no momento mais repressivo dos governos militares vigentes no Brasil entre 1964 e 1984.
Considerando o contexto histórico de sua gravação, as duas principais ideias que explicam a referência à Bahia são:
Back in Bahia [De volta à Bahia]
Lá em Londres, vez em quando me
sentia longe daqui
Vez em quando, quando me sentia
longe, dava por mim
Puxando o cabelo, nervoso
Querendo ouvir Celly Campelo
pra não cair
Naquela fossa
Em que vi um camarada meu de
Portobello cair
Naquela falta
De juízo que eu não tinha nem uma
razão pra curtir
Naquela ausência
De calor, de cor, de sal, de sol, de
coração pra sentir
Tanta saudade
Preservada num velho baú de prata
dentro de mim
Digo num baú de prata porque prata
é a luz do luar
Do luar que tanta falta me fazia
junto do mar
Mar da Bahia
Cujo verde vez em quando me fazia
bem relembrar
Tão diferente
Do verde também tão lindo dos
gramados campos de lá
Ilha do norte
Onde não sei se por sorte ou por
castigo dei de parar
Por algum tempo
Que afinal passou depressa como
tudo tem de passar
Hoje eu me sinto
Como se ter ido fosse necessário
para voltar
Tanto mais vivo
De vida mais vivida, dividida
pra lá e pra cá
(...)
- exílio e reelaboração
- conformismo e negação
- passadismo e resignação
- ressentimento e projeção
Resposta: A
Resolução: A canção "Back in Bahia" reflete a experiência de Gilberto Gil durante o exílio, onde ele expressa sua saudade e nostalgia da Bahia enquanto estava em Londres. O exílio forçado pela ditadura militar influenciou sua obra, e ele reelabora suas experiências ao longo da música, mostrando o impacto de sua ausência e o desejo de retorno.