Brasil República
Lista de 20 exercícios de História com gabarito sobre o tema Brasil República com questões da UECE.
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01. (UECE 2021) Atente para o seguinte excerto sobre A Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904: “A lei da vacinação foi na verdade usada como pretexto pela oposição para se rebelar contra o presidente Rodrigues Alves. O motivo real da rebeldia eram disputas políticas anteriores que envolviam o Partido Republicano Federal (PRF) e o Partido Conservador (PC). [...] Somado a isso, jornais e políticos incitavam a oposição à lei, vista como despótica. Foi o caso, por exemplo, do jornal O Comércio do Brasil, de propriedade de Alfredo Varela, deputado federal pelo Partido Republicano Rio Grandense (PRR), que publicava uma coluna diária intitulada “Direito à resistência”. Para Varela a lei era inconstitucional, ilegal, e feria os princípios da liberdade e da propriedade privada. Contestava-se também a exigência do atestado de vacina em várias situações, como busca de emprego, matrícula em escolas, casamento etc.[...]”.
FGV, Atlas Histórico do Brasil - Revolta da vacina. Disponível em: https://atlas.fgv.br/verbetes/revolta-da-vacina
Sobre a Revolta da Vacina, é correto afirmar que
- foi motivada pelo interesse da coletividade: a população revoltou-se em razão da inoperância do governo em oferecer a vacina contra a varíola para toda a população.
- interesses políticos e individuais levaram a população, iletrada e mal informada, a rejeitar a lei da vacinação, que impunha a obrigatoriedade da medida profilática.
- tanto os militares revoltados quanto a população em geral não se opunham à vacinação em si, mas ao governo que a impunha, por se tratar de um presidente liberal.
- teve como grande líder Oswaldo Cruz, médico sanitarista que indicava um tratamento precoce, considerado mais eficaz do que a vacinação da população, para conter a varíola.
02. (UECE 2019) Há 50 anos, em 13 de dezembro de 1968, o regime militar, então sob governo do general Costa e Silva, baixou o Ato Institucional nº 5.
O AI-5, como ficou conhecido, vigorou por 10 anos, até dezembro de 1978, sendo a expressão mais clara da ditadura militar brasileira, e resultou
- na cassação de deputados, prefeitos e vereadores de oposição ao governo e na decretação de recesso do Congresso Federal, como demonstração de intolerância dos militares em um momento de grande polarização ideológica.
- na intervenção no Congresso Federal, contudo ficaram preservadas a autonomia dos estados e municípios, o direito à livre expressão e a plena garantia do direito ao habeas-corpus.
- no aumento da popularidade do regime militar e na ampliação das garantias constitucionais e dos direitos individuais e sociais, que não foram alterados em nenhum aspecto com a publicação do AI-5.
- na criação de um sistema político único, baseado no bipartidarismo, em que havia apenas o partido do governo, a Aliança Renovadora Nacional ou ARENA, e o Movimento Democrático Brasileiro ou MDB, que era a oposição permitida.
03. (UECE 2019) Leia atentamente o seguinte excerto: “[...] a luta pela anistia envolveu amplos setores da sociedade e, em 1978, com o apoio da Igreja Católica, da OAB e da ABI foi fundado o CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia), no Rio de Janeiro. [...] a campanha tomou fôlego em torno da bandeira da ‘anistia ampla, geral e irrestrita’, passando a ser incluída nas plataformas de lutas de todos os movimentos sociais. [...]”
HABERT, Nadine. A década de 70: apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Ática, 1996.
Sobre esse movimento pela anistia, é correto afirmar que
- ocorreu no final do governo ditatorial de Getúlio Vargas e exigia o perdão aos inimigos políticos do regime que estavam em prisões no Brasil ou que haviam sido expulsos e viviam no exílio.
- se refere ao processo que anistiou os participantes dos movimentos camponeses aprisionados pelo regime de João Goulart por lutarem pela realização de uma reforma agrária no Brasil.
- iniciado no governo Geisel, somente com o Gal. Figueiredo uma lei de anistia foi aprovada, esta, inicialmente, era bastante restritiva aos adversários do regime militar e muito benéfica aos militares.
- aconteceu logo no início do governo militar, ainda sob a presidência do Marechal Castello Branco, e tinha por objetivo perdoar os militares que se opuseram ao movimento de deposição de João Goulart.
04. (UECE 2019) Relacione, corretamente, os movimentos sociais da Primeira República com suas respectivas descrições, numerando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação
1. Cangaço
2. Canudos
3. Contestado
4. Revolta da Chibata:
( ) Ocorrido no sertão da Bahia, sob liderança de um beato cearense, a comunidade por ele organizada foi destruída após ser atacada pela quarta expedição militar que contava com cerca de 7 mil soldados.
( ) Iniciado no século XIX, esse movimento que durou até a década de 1940 era formado por homens armados que agiam principalmente no nordeste brasileiro; alguns grupos atuavam sob mando dos poderosos e outros eram independentes.
( ) Rebelião dos marinheiros, em sua maioria negros e mestiços, contra os castigos corporais a que eram submetidos pelos oficiais, também reivindicavam melhores salários e folgas semanais.
( ) Movimento liderado por beatos, ocorrido na região Sul do Brasil, e que teve como pano de fundo a disputa por território entre dois estados, o interesse de grandes companhias e o fanatismo religioso.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
- 3, 1, 2, 4.
- 1, 3, 4, 2.
- 2, 1, 4, 3.
- 4, 3, 1, 2.
05. (UECE 2019) Os “governos dos coronéis” no Ceará ocorreram durante o regime militar instalado após o golpe militar de 1964.
Sobre este período da história cearense, é correto afirmar que
- todos os governantes cearenses do período entre 1964 e 1985, Virgílio Távora, Plácido Castelo, César Cals, Adauto Bezerra e Gonzaga Mota eram militares.
- eleito após o Acordo dos Coronéis, o governo Gonzaga Mota (1983-1987) rompeu com os coronéis, a partir da adesão do governador aos empresários da FIEC, entre os quais se destacava Tasso Jereissati.
- apenas no governo de Lúcio Alcântara (2003- 2006) o governo dos coronéis chegou ao fim, pois este rompeu com o coronel Adauto Bezerra e formou sua própria corrente política.
- Não há correlação entre o governo dos coronéis e o militarismo que predominava nacionalmente entre os anos de 1964 e 1985: o título coronel era dado a todo chefe político que era latifundiário.
06. (UECE 2019) “O general Emílio Garrastazu Médici deu poucas declarações durante seu governo, mas, todas as vezes em que o fez, disse coisas memoráveis. Em 22 de março de 1973, por exemplo, comentou: "sintome feliz, todas as noites, quando ligo a televisão para assistir ao jornal. Enquanto as notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante após um dia de trabalho.”
BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. 2 ed. rev. São Paulo: Ática, 2003, p.393.
Considerando o comentário do General Emílio Garrastazu Médici sobre sua aparente tranquilidade em relação ao Brasil na época em questão, é correto afirmar que
- a felicidade que o Gal. Médici sentia era baseada em uma perspectiva real da sociedade brasileira, já que os órgãos de imprensa eram totalmente livres para noticiar o que quer que ocorresse no Brasil naquele tempo.
- por não existir nenhum tipo de censura ou restrição à atuação do jornalismo naquele período, que foi de 1º de abril de 1964 até 15 de março de 1985, o Brasil viveu um tempo de plena democracia, liberdade e paz social.
- a sensação de que o Brasil era uma ilha de tranquilidade, em um mundo de agitações e conflitos, devia-se à censura aos veículos de comunicação estabelecida pela Lei de Imprensa, em 1967, pelo AI-5, em 1968, e pela nova Lei de Segurança Nacional, em 1969.
- na época, enquanto as produções artísticas tais como músicas, peças de teatro e até mesmo novelas de TV eram submetidas à censura, a atuação da imprensa era poupada por ser atividade protegida por lei.
07. (UECE 2019) Atente para o que diz Boris Fausto a respeito do Movimento das Diretas Já:
“Daí para frente, o movimento pelas diretas foi além das organizações partidárias, convertendo-se em uma quase unanimidade nacional. Milhões de pessoas encheram as ruas de São Paulo e do Rio de janeiro, com um entusiasmo raramente visto no país. A campanha das “diretas já” expressava ao mesmo tempo a vitalidade da manifestação popular e a dificuldade dos partidos de exprimir reivindicações. [...]”
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995, p.509.
Considerando o excerto acima e o que se sabe sobre esse movimento, é correto afirmar que
- apesar do grande envolvimento popular, de artistas e esportistas e do apoio de lideranças políticas de partidos de oposição, o movimento foi derrotado no Congresso pela maioria do PDS, ligada ao governo militar.
- o fracasso do movimento em conseguir eleições diretas para presidente da república se deu pela não participação dos partidos políticos naquele momento histórico.
- o sucesso da campanha das Diretas Já, resultou na eleição direta do Presidente Tancredo Neves, que venceu, em segundo turno, o candidato dos militares, Paulo Maluf do PDS, partido que se originou da ARENA.
- o Movimento das Diretas Já não logrou êxito devido à falta de apoio da sociedade civil e sobretudo dos movimentos sociais e dos artistas, que preferiram silenciar ao invés de ir às ruas pedir por eleições diretas.
08. (UECE 2019) Leia atentamente o seguinte excerto:
“O rádio cresceu no início dos anos 50, quando houve um aumento da publicidade. As populares radionovelas, por exemplo, tinham como complemento propagandas de produtos de limpeza e toalete. Na televisão, a publicidade não se limitava a vender produtos, e as próprias empresas eram produtoras dos programas que patrocinavam. Houve um aumento da tiragem dos jornais e revistas, e popularizaram-se as fotonovelas, lançadas no início da década. O cinema e o teatro também participaram desse processo, tanto do lado das produções de caráter popular quanto das produções mais sofisticadas.(...) Se o otimismo e a esperança implicaram profundas alterações na vida da população em todo o mundo, permitindo, não a todos, mas a uma parcela – os setores médios dos centros urbanos –, consumir novos e mais produtos, por outro lado, a vontade do novo trazia embutido, em várias áreas da cultura, o desejo de transformar a realidade de um país subdesenvolvido, de retirá-lo do atraso, de construir uma nação realmente independente”.
KORNIS, Mônica Almeida. Sociedade e cultura nos anos 1950. FGV CPDOC – O Governo Juscelino Kubitschek. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade/ Anos1950.
Partindo do trecho citado, é correto concluir que
- no Brasil, os anos da década de 1950 foram marcados pelo otimismo, sobretudo na era JK, e pelo avanço do socialismo de matriz soviética na vida cotidiana dos setores médios urbanos.
- o desenvolvimento de toda uma cultura de massa no Brasil dos anos de 1950 se deu afastado da influência do capitalismo dos EUA que, naquele período, disputava a influência econômica, política e ideológica com a URSS.
- as alterações ocorridas no período, em toda a sociedade brasileira, levaram a um sentimento de que o Brasil havia saído da condição de subdesenvolvimento e alcançado o nível de nação desenvolvida.
- as mudanças ocorridas na vida das classes médias urbanas, na década de 1950, também proporcionaram, a partir de então, uma conscientização na área da cultura, sobre a realidade do Brasil e a necessidade de mudá-la.
09. (UECE 2019) Em 1937, Getúlio Vargas deu um golpe dentro de seu próprio governo e estabeleceu um regime que ficou conhecido como “Estado Novo”.
Sobre essa etapa da história do Brasil republicano, é correto afirmar que
- o Governo Vargas adotou as formas de Estado e governo criadas pela U.R.S.S., estabelecendo o comunismo como modelo econômico.
- instituiu a normalidade democrática, promovendo a ampla participação de todos os setores de pensamento político em seu novo governo.
- adotou, como modelo legal, a constituição autoritária da Polônia, marcada pela censura e centralização do poder, típicas de Estados autoritários europeus.
- promoveu uma eleição para uma Assembleia Nacional Constituinte que estabeleceria uma Carta Magna plenamente democrática, chamada de Constituição Cidadã.
10. (UECE 2019) Sobre o episódio conhecido como A Sedição de Juazeiro, é correto afirmar que
- apesar de a motivação política ter-se originado na capital do estado, Fortaleza, os eventos da Sedição de Juazeiro ocorreram apenas na região do Cariri cearense, principalmente nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.
- a luta dos Sediciosos contra os Rabelistas ultrapassou os limites do Cariri, os revoltosos marcharam sobre Fortaleza, derrubaram o governo de Franco Rabelo e reestabeleceram os interesses das oligarquias cearenses.
- a participação de Pe. Cícero Romão Batista neste episódio foi bastante limitada, pois Floro Bartolomeu, político amigo do padre, apoiava Franco Rabelo e se opôs à participação do líder religioso no conflito contra o governo.
- mesmo tendo uma importância simbólica, a Sedição de Juazeiro não influiu na política local, uma vez que a imposição de um governo ligado à Política das Salvações não alteraria o controle do poder no estado do Ceará.
11. (UECE 2019) Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser e Plano Verão foram planos econômicos que adotaram medidas para tentar retirar o Brasil do quadro de inflação alta e que marcaram uma etapa significativa da história republicana brasileira.
Considerando esse período e o contexto histórico, assinale a afirmação verdadeira.
- Governos militares pós 1964 tentaram reduzir o crescente ritmo de investimentos estatais em setores da economia brasileira originados nos governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart.
- Na tentativa de conter o avanço inflacionário sobre os salários, Fernando Henrique Cardoso aplicou, sem sucesso, vários planos econômicos até acertar com o Plano Real.
- Os governos Lula utilizaram esses planos econômicos como forma de conter a alta inflacionária resultante das medidas adotadas por Fernando Henrique Cardoso no final de seu segundo governo.
- O governo de José Sarney, que herdou uma inflação crescente no fim dos governos militares e, na tentativa de contê-la, lançou mão de planos econômicos variados sem obter sucesso.
12. (UECE 2019) Durante o período da República Velha no Brasil (1889-1930), uma prática que garantia os resultados eleitorais favoráveis aos candidatos que contavam com o apoio dos governantes era conhecida como
- Comissão de Verificação de Poderes, que garantia a eleição dos candidatos apoiados pela política dos governadores, através da ‘degola’ dos políticos opositores.
- Embargo de Candidatura, processo movido nos Tribunais Regionais Eleitorais que impedia a inscrição de chapas formadas por adversários políticos do governo.
- Voto de Cabresto, que era o domínio do voto dos operários e trabalhadores urbanos em geral através do controle das forças sindicais pelo Estado.
- Bipartidarismo, sistema que admitia apenas a existência de dois partidos políticos, um representante do governo, a ARENA e outro a oposição permitida, o MDB.
13. (UECE 2019) Candidato eleito pela LEC (Liga Eleitoral Católica), Menezes Pimentel foi Governador do Ceará e depois Interventor Federal no Ceará, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, tendo ficado à frente do governo do estado de 1935 até 1945. Atente ao que se afirma a seguir sobre o governo de Menezes Pimentel:
I. Nesse governo se deu o ataque de forças militares à comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, localizada no Cariri cearense e liderada pelo Beato José Lourenço, que resultou em muitos mortos.
II. Seu governo e sua interventoria ocorreram em um momento de grande pacificação social, o que possibilitou uma boa relação política com seus opositores e o respeito à liberdade de expressão.
III. Eleito em nome da fé, das tradições familiares e da Pátria, quando se tornou interventor, instituiu a delação, a perseguição política e as prisões arbitrárias de inimigos políticos e de intelectuais como Rachel de Queiroz e Jáder de Carvalho.
IV. Sob o comando de Pimentel, foi garantido o funcionamento de lojas maçônicas, centros espíritas e locais de prática de religiões afrobrasileiras, pois prevalecia o ideal do Estado laico.
Está correto o que se afirma somente em
- I e IV.
- I e III.
- II e III.
- II e IV.
14. (UECE 2019) Eleito presidente da República em 3 de outubro de 1960, Jânio Quadros assumiu o cargo em 31 de janeiro de 1961. Contudo, seu governo foi inconcluso, não completou sequer 7 meses, uma vez que renunciou ao seu mandato em 25 de agosto de 1961.
Alguns dos aspectos que marcaram o seu governo e são considerados responsáveis por sua curta duração foram:
- a aprovação da CLT, que garantia direitos aos trabalhadores; a concessão do direito ao voto para as mulheres e a criação da PETROBRÁS, estabelecendo o controle estatal na exploração de petróleo e produção de combustíveis fósseis, desagradando as empresas estrangeiras do setor.
- a Política Externa Independente – PEI –, desconsiderando a ideologia dos países com os quais o Brasil comercializaria; medidas econômicas austeras que restringiram o crédito e congelaram salários, e medidas moralizadoras, como as proibições do uso de biquinis em concursos de miss e da prática de rinhas de galo.
- a reforma do sistema nacional de previdência social, que retirou direitos dos trabalhadores; a mudança na política de proteção das terras indígenas e quilombolas e, na política externa, apoio aos EUA na sua política em relação à delicada situação entre Israel e Palestina.
- o plebiscito que derrotou o sistema parlamentarista implantado em 1961 pelo Congresso Nacional; a proposição das reformas de base que provocariam transformações na sociedade brasileira e a oposição ao seu governo de organizações de direita, como o Ipes e o Ibad.
15. (UECE 2018) Atente ao seguinte enunciado: “Há 120 anos, em 5 de outubro de 1897, a quarta expedição militar enviada por órgãos do Estado conseguiu, enfim, destruir a comunidade. Ao final de tudo, apenas quatro pessoas a defendiam. Quando foi incendiada pelo exército, este registrou que a comunidade contava com 5.200 casebres. Aqueles que, depois da morte de seu líder, dias antes, haviam se rendido após receber promessas de garantia de vida foram também degolados pelas tropas, inclusive mulheres e crianças”.
O enunciado acima diz respeito ao evento denominado
- Guerra do Contestado, ocorrida numa região fronteiriça do Paraná com Santa Catarina, e que teve líderes religiosos que se antepuseram à dominação da região por empresas madeireiras estrangeiras que receberam aquelas terras do governo brasileiro.
- Massacre do Caldeirão, evento transcorrido no município do Crato, Ceará, e que teve como líder José Lourenço Gomes da Silva, o Beato José Lourenço, que conduziu os desvalidos enviados por Pe. Cícero durante vários anos em uma próspera comunidade.
- Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, quando agentes públicos invadiam à força as comunidades pobres da cidade para impor a vacinação obrigatória contra a febre amarela e a varíola a todos os moradores.
- Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia e que teve no cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, o principal líder daquela comunidade rural, formada por sertanejos miseráveis que fugiam da fome e buscavam a salvação eterna.
16. (UECE 2018) De 1964 até o final da década de 1970, as produções e manifestações artísticas brasileiras bem como os movimentos culturais foram marcados
- por um processo crescente de censura, que objetivava o fim da liberdade de expressão artística e impunha às massas uma cultura de concordância com o regime militar.
- pela produção livre de todo e qualquer conteúdo artístico-cultural, e pelo incentivo do Estado e dos meios de comunicação de massa para sua veiculação ao grande público.
- pela inexistência de uma arte de contestação, uma vez que toda a comunidade da cultura e das artes estava imbuída do ideal de país apresentado pelos governos do período.
- pelo grande incremento da cultura popular de contestação ao governo, através do apoio irrestrito dos grandes meios de comunicação de massa, como as emissoras de rádio e TV.
17. (UECE 2018) Leia atentamente os seguintes excertos a respeito da atuação da Igreja Católica no Brasil na década de 1960:
“Certamente sem querer, a ditadura contribui bastante para a conscientização do clero e bispos em algumas áreas. O caso de D. Paulo Evaristo Arns, cardeal-arcebispo de São Paulo [...] é bem expressivo. [...] Em 1964, simpatizou com o golpe, como a maioria dos religiosos. [...] Como em todo o Brasil, a repressão agiu brutalmente em São Paulo, sobretudo após o AI-5, e logo D. Evaristo passou a receber denúncias e mais denúncias de famílias de mortos, “desaparecidos”, mutilados. A exemplo de D. Waldyr, ele “não podia ficar parado”. Gradativamente, tornou-se um de nossos bispos mais corajosos, combativos e identificados com a causa do povo”.
SALEM, Helena. Dos palácios à miséria da periferia. In: SALEM, Helena (Org.). A Igreja dos Oprimidos. Col. Brasil Hoje nº 3. São Paulo: Ed. Brasil Debates, 1981, p.33.
“Em 1964, enquanto a maioria do episcopado defendia o golpe de Estado, iniciavam-se perseguições políticas, inclusive entre padres e outros religiosos, forçando gradativamente a hierarquia a assumir a defesa desses setores. Se a ala conservadora se encarregava de aproximar a Igreja do Estado, os setores progressistas participavam de passeatas e manifestações em oposição ao regime, num “processo educativo em que as bases educam seus dirigentes”.
DOIMO, Ana Maria. Movimento Social Urbano, Igreja e Participação Popular. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984, p.34.
A partir dos textos acima, pode-se concluir acertadamente que
- a Igreja Católica apoiou o início da ditadura militar iniciada em 1964, mas, a partir dos atos praticados pelos governos do período, nasceram dentro dela movimentos de oposição ao regime.
- apesar de alguns opositores ao regime militar aparecerem no início do período ditatorial, não houve, ao longo dos 21 anos de governos militares, nenhuma oposição dentro da Igreja.
- todos os setores da Igreja Católica, inclusive aqueles ligados à TFP (Tradição, Família e Propriedade), participaram ativamente dos movimentos que visavam derrubar o regime autoritário instalado em 1964.
- como em tantos outros momentos da nossa história, a Igreja Católica, assim como outras igrejas cristãs, não se envolveu em questões políticas, deixadas ao encargo dos leigos.
18. (UECE 2018) Em 1º de maio de 1943, em cerimônia realizada no Rio de Janeiro, no estádio de São Januário, que estava lotado para as comemorações do dia do Trabalho, o Presidente Getúlio Vargas sancionou o Decreto-Lei nº 5.452 que criou a CLT.
Sobre esse fato, é correto afirmar que
- permitiu ao Brasil se afastar das forças do eixo e se aproximar dos aliados com quem combateria lado-a-lado na Itália durante a fase final da segunda Grande Guerra Mundial.
- estabeleceu o Código de Leis de Transporte que proporcionou o predomínio do transporte rodoviário sobre o ferroviário, tal como é hoje, e a grande dependência do país em relação aos combustíveis fósseis.
- garantiu a inserção dos direitos trabalhistas na legislação brasileira como forma de controlar o operariado urbano e conter possíveis movimentos de esquerda que pleiteavam o poder aos trabalhadores.
- possibilitou o estabelecimento de um regime ditatorial, também apoiado na Constituição de 1937, conhecida como “a polaca”, que instituiu a Comissão de Luta ao Terrorismo, para combater os trabalhadores grevistas no Brasil.
19. (UECE 2018) Iniciada em 3 de outubro de 1930, a chamada Revolução de 1930 transformaria o Brasil a partir dessa data. Sobre esse movimento, fundamental para que se tenha uma melhor compreensão do Brasil no século XX, é correto afirmar que
- se deu como uma ruptura do acordo das oligarquias de São Paulo e Rio Grande do Sul, chamado política do café-com-leite; a partir daí, o governador gaúcho Getúlio Vargas liderou a tomada de poder contra o governo do paulista Washington Luís.
- a indicação de João Pessoa para ser candidato a presidente, apoiado pelos paulistas, levou à ruptura do acordo das oligarquias e lançou gaúchos, mineiros e paraibanos em luta armada contra o governo de Washington Luís.
- além da ruptura entre paulistas e mineiros, devido à indicação de Júlio Prestes pelos paulistas e sua vitória na campanha presidencial, havia insatisfação com o governo por parte dos tenentes e da população empobrecida pelos efeitos econômicos da crise de 1929.
- apesar de a Revolução de 1930 ter marcado a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, esse governo durou pouco tempo, pois, não resistindo às pressões do cargo, o presidente cometeu suicídio após três anos e sete meses de governo.
20. (UECE 2018) Atente ao seguinte excerto sobre o evento denominado pejorativamente, pelo Governo Vargas, de Intentona Comunista:
“Luiz Moreira, militar excluído das Forças Armadas por participar da Intentona Comunista em novembro de 1935, teve reconhecido o direito de ser reintegrado ao Exército brasileiro. A decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região estabeleceu que ele será enquadrado como 2º tenente, graduação que teria alcançado se tivesse permanecido em serviço até sua reforma”.
ANISTIA REMOTA. Militar que participou da Intentona Comunista é reincorporado. Revista Consultor Jurídico, online, 11 de julho de 2005.
Sobre esse evento, é correto afirmar que
- tendo sido organizado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), que era liderada por Luís Carlos Prestes, esse levante realizado por militares rebeldes insatisfeitos com o governo constitucional de Vargas amotinou quartéis em Natal, Recife e Rio de Janeiro.
- foi arquitetado e executado por membros da Ação Integralista Brasileira (AIB) que pretendiam derrubar o Governo democrático de Getúlio Vargas e impor um estado totalitário de orientação fascista no Brasil.
- teve sua origem no movimento das Ligas Camponesas, de orientação Comunista, que, a partir das ações no campo passaram a apoiar movimentos grevistas de trabalhadores urbanos, com o intuito de derrubar o Estado Novo instituído por Getúlio Vargas.
- foi uma artimanha de Vargas, que utilizou este evento falso como justificativa, perante a opinião pública, para instituir um governo totalitário de características fascistas, chamado Estado Novo, em 1937.